Bruno Cerqueira aponta que ciclos da Covid-19 podem ter relação com baixa cobertura vacinal e novas variantes

De acordo com o diretor científico do Laboratório Jaime Cerqueira a vacinação tem evitado maior número de internamentos e mortes pela doença

Por Bruno Brito
15/06/2022 às 21h50
  • Compartilhe
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O recente aumento de casos da Covid-19 tem chamado a atenção do diretor científico do Laboratório Jaime Cerqueira, Bruno Cerqueira, convidado deste episódio do Podcast do Portal M!. De acordo com ele, a elevação pode indicar uma questão cíclica do vírus Sars-CoV-2, que já permitiu um aumento de casos no mês de janeiro e outro neste mês de junho.

Segundo o farmacêutico bioquímico, existem algumas perguntas que muitos não sabem responder sobre a questão cíclica da Covid-19. "Tivemos um ciclo forte em janeiro, estamos tendo outro agora, pode ter um motivo para esses ciclos, essa baixa cobertura vacinal de um grupo especifico pode ser uma das hipóteses, além de outras variantes presentes na comunidade", apontou.

Por sua vez, Bruno apontou que existe uma preocupação em torno desses ciclos, que é sobre os próximos capítulos. Ele indica ainda, que com uma elevação maior no número de casos, se elevam as chances de novas variantes surgirem.

 "A grande preocupação hoje, em relação a esses ciclos, de aumento de contágios, são os próximos capítulos. Não sabemos responder, se as próximas variantes vão mexer nessas variáveis e internações e mortes, se a letalidade vai ser impactada. Quanto mais transmissão maior a chance de novas variantes surgirem, então essa é preocupação em torno desse ciclo de contágio", explicou.

No entanto, o especialista fez questão de ressaltar que a vacinação, mesmo diante desses ciclos, tem sido responsável por evitar um aumento no número de internações e mortes.

"O que é claro, é que a vacinação é que diminui a internação e morte. A medida preventiva profilática, que é a vacinação, tem um efeito benéfico, mesmo tendo ai um aumento de casos em janeiro e agora, nós não temos outra variação no numero de internamentos ou mortes subindo da mesma forma, apenas de testes positivos. Isso é por conta da medida profilática preventiva chamada vacina", destacou.

Exames

Na ocasião, o farmacêutico também falou sobre as opções de exames disponíveis para a detecção da Covid-19. Segundo ele, o teste molecular, conhecido como RT-PCR, é o que tem a capacidade de detectar mínimas concentrações do vírus.

"Existem outros testes também, que seria o de antígeno. Ele não vai conseguir buscar material genético do vírus, ele busca proteínas desse vírus. Por conta disso, já existe uma diferença de robustez dos testes. O teste molecular é muito mais robusto", avaliou.

Além desses testes, Bruno indicou que existem outros que avaliam a imunidade, como o IGG ou teste sorológico, que não são exames para avaliar a doença, mas sim um contato prévio ou resposta vacinal.

Ele também falou sobre o teste rápido, que é oferecido em farmácias. Segundo ele, embora funcionem, são testes que apresentam poder menor de detecção.

"É um teste cujo resultado é dado em 15 minutos, quando o comparamos com o teste molecular, que é o RT-PCR, ele é mais robusto, tem padrão internacional e nos dá segurança em relação ao resultado. Nós conseguimos colocar o RT-PCR em padrão ouro, quando o colocamos em comparação com o teste rápido", disse.

Por fim, o especialista ressaltou a importância da imunização, e defendeu o uso de máscaras para pessoas que apresentem sintomas da Covid. "Ele deve ser mantido principalmente por aqueles que apresentam algum tipo de sintomas, porque você deve se preocupar não apenas com você, mas com o próximo também", concluiu.

Confira a íntegra do podcast: