Nova linhagem do vírus da dengue acende alerta para prevenção na Bahia

Mesmo com redução no número de casos na capital baiana, cuidado deve ser mantido

Por Bianca Carneiro
19/05/2022 às 11h16
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Foto: Divulgação
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Apesar da queda de 54% no número de doenças causadas pelo Aedes Aegypti, em Salvador, registrado no primeiro trimestre deste ano, o cuidado para evitar a proliferação do mosquito deve ser mantido, para prevenir casos de dengue, zika e chikungunya.

Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO) sequenciou, pela primeira vez, uma nova linhagem do vírus da dengue no Brasil. A descoberta revela maior potencial de causar formas graves da doença.

O novo caso foi detectado na cidade de Aparecida de Goiânia. A infectologista e professora da Unifacs, Astrid Xiomara Tatiana Otero Melendez, alerta a população baiana que mantenha os cuidados para eliminar possíveis criadouros do Aedes e diminuir o risco de disseminação da cepa no estado.

"A chuva e o calor formam uma dupla perfeita para a proliferação do mosquito e, mesmo com a redução no número de infectados, esse é o momento para manter todo o cuidado, principalmente após o alerta da nova linhagem", destaca a especialista.

A dengue e a chikungunya têm sintomas parecidos, mas, enquanto a dengue se destaca pelas dores no corpo, a chikungunya se evidencia por dores e inchaço nas articulações. Já a zika se destaca por uma febre mais baixa - ou ausência de febre, manchas na pele e coceira no corpo.

Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia (Divep/Sesab), até o dia 23 de abril, foram registrados 24.500 casos das três arboviroses urbanas (dengue, chikungunya e zika) em todo o estado. Só de dengue, foram 14.732 casos, registrados em 271 municípios, com quatro óbitos confirmados e 12 em investigação.

Prevenção

Evitar o acúmulo de água em casa é essencial já que o Aedes se prolifera em água parada. "É necessário tampar todos os recipientes, inclusive a caixa d'água. Nos vasos de plantas e pneus, a alternativa é preencher com areia", orienta Astrid Xiomara.

Ainda conforme a infectologista, o mosquito ataca mais nas primeiras horas da manhã e no final da tarde. Por isso, manter janelas e portas fechadas nesse período pode reduzir a possibilidade de entrada do Aedes. Além disso, o uso de mosquiteiros e telas nas janelas e portas e a aplicação de repelentes em spray sobre o mosquiteiro e na pele aumenta a eficácia.