Bruno Capinan lança álbum "Tara Rara"

Coletânea retrata sons dos tambores e batuques de corpos negros e o destrutivo passado familiar do cantor baiano

Por Redação
13/05/2022 às 13h01
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Foto: Daryan Dornelles
Foto: Daryan Dornelles

O cantor e compositor baiano, Bruno Capinam, lança nesta sexta-feira, 13 de abril, Dia da Abolição da Escravatura, o novo álbum dele: Tara Rara.

Radicado em Toronto, no Canadá, ele traz, nesta coletânea, as lutas do povo negro e a força gay desde a época dos seus antepassados até os dias de hoje.

São onze canções autorais, uma em parceria com Luisão Pereira, com influências que vão de Ary Barroso aos Tincoãs, e fazem reverência a Roma Negra, um dos nomes atribuidos a Salvador. 

O projeto conta com o ritmista Marcelo Costa, Bem Gil no violão, uma orquestra de músicos LGBTQIA+, o músico australiano Adrian Astro Perger, e Vivian Kuczynski na produção.

"Fui da dor ao prazer. Do breu a luminosidade. Dos gritos dos porões dos navios negreiros ao Brasil atual, o do navio negreiro moderno. Quis cantar sobre o desejo, a carne de carnaval, a saudade da Bahia, os pés negros na areia do mar, os pés do colonizador, os "deuses deusas" que habitam as profundezas do mar. A possibilidade de um amor no breu. Cantar ainda é o que nos resta", afirma o artista, em texto que retrata a história do álbum.

"Talvez "Tara Rara" seja o meu álbum mais solar e talvez o mais otimista de todos. No budismo, Tara é uma divindade salvadora que liberta as almas do sofrimento. Ela é reconhecida como um bodhisattva ("essência da iluminação") a mãe dos budas no budismo esotérico. Curiosamente meu apelido quando criança era buda. Disse para Vivian que "Tara Rara" tinha que ser um disco Bahia mística de uma gay nostálgica. A gente sai da Bahia, mas a Bahia não sai da gente", completa Bruno Capinan.