Gastroenterologista ressalta importância de diagnóstico precoce das Doenças Inflamatórias Intestinais

Jaciane Fontes fala sobre o Maio Roxo, campanha mundial de alerta ao males que as enfermidades podem causar sem tratamento

Por Bruno Brito
14/05/2022 às 08h00
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Foto: Foto/Divulgação
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O Maio Roxo, campanha mundial que alerta a sociedade para a conscientização e melhoria na qualidade de vida dos pacientes com Doenças Infamatórias Intestinais (DII), é o assunto deste episódio do Podcast do Portal M!, que traz como convidada a gastroenterologista do Hospital São Rafael/Rede D'Or, Jaciane Fontes. Ela alerta para a importância do diagnóstico precoce do problema como forma de garantir maior qualidade de vida.

Segundo a especialista, embora não exista cura para as DIIs, há tratamento com ótimos resultados desde que seja feito o diagnóstico de forma precoce. O problema é que, muitas vezes, o paciente descobre a doença já em estágio avançado.

"Quando conseguimos detectar de forma precoce, podemos evitar as complicações mais graves, bem como internamentos e cirurgias como a colostomia, além de ressecar parte do intestino. Em alguns casos, [podemos evitar] até alguns tipos de câncer", explica a médica, que defende que o diagnóstico precoce faz toda diferença em relação à qualidade de vida do paciente. 

De acordo com  Jaciane Fontes, as DIIs são doenças crônicas, ligadas ao sistema imunológico, e não possuem causa definida. "Sabemos que há uma interação de fatores genéticos, biológicos, imunobiológicos, que causam inflamação crônica no trato gastrointestinal, e terá sua localização com base no tipo da doença", explica.

Jaciane ressalta que existem duas doenças inflamatórias intestinais, que são a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn. "A primeira está restrita ao intestino grosso e ao reto, e a doença de Crohn pode estar em qualquer parte do trato digestivo", diferencia.

No Brasil, segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), a cada 100 mil pessoas, 13 possuem alguma DII. De acordo com a entidade, pessoas que tiveram familiares com essas doenças têm uma predisposição maior para desenvolvê-las.

A especialista explica que as doenças possuem dois picos de incidência, um da segunda até a quarta décadas de vida e outra, entre a quinta e sexta décadas de vida. "No entanto, é importante ressaltar que são picos de incidência, não significa dizer que elas não podem acometer crianças e pessoas fora dessa faixa etária também", pontua.

Já em relação ao sexo de maior prevalência, a gastroenterologista afirma que, no Brasil, a incidência é bem equilibrada.  "Na literatura mundial, vemos que para a Doença de Crohn parece haver uma predisposição maior ao sexo masculino, enquanto para a Colite Ulcerativa, a predisposição maior é para o sexo feminino. Mas, no nosso meio, não percebemos essa diferença", finaliza.

 

Confira a íntegra do podcast: