Vixe! Geraldo da nó na política baiana. Lula se mantém distante das ruas. E Bolsonaro abre diálogo com o União Brasil

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Por Osvaldo Lyra e equipe
27/04/2022 às 08h31
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro

Geraldo da nó na política

O rompimento do presidente da Câmara de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), com o grupo do ex-prefeito ACM Neto deu um verdadeiro nó na política da Bahia e fortaleceu o nome do petista Jerônimo Rodrigues (PT), sobretudo pela simbologia desse apoio, devido à proximidade que Geraldo sempre teve com Neto e com o atual prefeito Bruno Reis (UB). Ao menos é essa percepção geral que se tem no grupo encabeçado pelo PT. "Foi, inclusive, para isso que ele veio", disparou um aliado próximo ao senador Jaques Wagner, responsável pela estratégia de atrair o MDB junto aos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima. 

Agregando valor à chapa

O entendimento no grupo governista é que a chegada de Geraldo agregou valor à chapa petista, sobretudo por ser  vereador, atuar como presidente da Câmara de Salvador e ter mantido tanta proximidade com o atual e inquilino anterior do Palácio Thomé de Souza. 

Geraldo Júnior

Momentos de alegria 

Outro deputado ouvido pela coluna diz que, além de agregar à chapa petista o tempo destinado à  propaganda partidária do MDB, tanto no rádio quanto na televisão, Geraldo possui uma alta capacidade de articulação, além do fato de ser um exímio comunicador. "Geraldo tem sido responsável por momentos de alegria, engraçados, o que tem ajudado a elevar o astral e animar essa fase de pré-campanha".

Geraldo Jr e Jerônimo Rodrigues

Chegada emblemática 

No núcleo governista, o entendimento é que a chegada de Geraldo Júnior é mais emblemática e causa mais impactos do que a mudança de lado do deputado federal Marcelo Nilo, que deixou o PSB e se filiou ao Republicanos. Nilo abriu esse processo de mudança nos grupos políticos da Bahia, mas isso hoje não teria mais tanto valor. 

Marcelo Nilo

Marinho agrega mais? 

"Até porque, o que se fala é que o deputado federal Márcio Marinho (Republicanos) agrega mais força à chapa liderada por ACM Neto do que o ex-presidente da Assembleia Legislativa. Sem contar que Geraldo foi com o MDB, que possui ramificações políticas em toda a Bahia. Diferente dele, que não trouxe sequer um partido", ironizou um governista. 

Bispo Márcio Marinho

Realidade paralela 

O pré-candidato do PT ao governo baiano, Jerônimo Rodrigues, foi ao Twitter essa semana e disparou uma crítica velada ao seu principal adversário na disputa, o ex-prefeito ACM Neto, do União Brasil. O petista disse que os adversários apostam numa realidade paralela por entenderem que o pleito nacional não interferirá na disputa pelo Palácio de Ondina. 

Jerônimo Rodrigues

Coragem pra assumir um lado

"Os baianos vão escolher um novo governador e um novo presidente este ano. Não há realidade paralela, ainda que queiram tapar o sol com a peneira com medo de Lula. Pra ser governador tem que ter coragem de assumir um lado, tem que escolher o melhor para a Bahia: Lula", disse o ex-secretário da Educação.

Fora do 2º turno? 

ACM Neto, que lidera todas as pesquisas até agora, trabalha com a estratégia de não ter seu nome vinculado a nenhum presidenciável. Nesse contexto, tanto aliados de João Roma (PL), apoiado por Bolsonaro, quanto de Jerônimo, do "time de Lula", apostam que o ex-prefeito pode não ir ao segundo turno, o que diverge de todas as pesquisas de intenção de voto publicadas até agora. 

ACM Neto

Resposta a Jerônimo

Pré-candidato do PL ao governo baiano, o deputado federal João Roma disparou que a melhor resposta aos ataques feitos pelo candidato Jerônimo Rodrigues contra o presidente Jair Bolsonaro "foi a recepção carinhosa e efusiva que a população de Porto Seguro fez na última sexta, ao mostrar nas ruas, durante as comemorações pelos 522 anos do Brasil, o seu apoio ao presidente da República. Jerônimo havia falado que o chefe da nação não havia trabalhado durante as chuvas que castigaram a região, mas voltou para passear de moto. 

João Roma

Tentando falsear a realidade 

"O presidente Bolsonaro não só esteve no Extremo Sul, como designou uma comitiva de ministros para acudir as vítimas das chuvas. Eu mesmo, na condição de ministro da Cidadania, praticamente me transferi de Brasília para a região", disparou Roma, enfatizando que "querem subestimar a inteligência do povo tentando falsear a realidade de forma tão imprudente". 

João Roma e Jair Bolsonaro

Lula com medo das ruas

Roma aproveitou ainda para provocar o adversário, ao afirmar que o ex-presidente Lula não sai às ruas por medo da reação negativa da população. "Será que a vinda dele ao Extremo Sul da Bahia terá a recepção popular que Bolsonaro teve?", ironizou.

União Brasil e o apoio a Bolsonaro

Voltou a circular em Brasília a informação de que o União Brasil pode fechar um apoio formal à candidatura do presidente Jair Bolsonaro e isso ainda no primeiro turno. Há quem diga que, mesmo se a sigla originada fusão do DEM e PSL declarar apoio ao presidente da República, o ex-prefeito ACM Neto manterá sua estratégia de não se vincular a nenhum candidato presidencial.

Jair Bolsonaro

Prefeitos montam chapa Lula/Neto

Não é de estranhar como a política caminha em um curso cheio de buracos. A eleição geral de 2022, por exemplo, pode unir, indiretamente, opositores ferrenhos como o ex-presidente Lula e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Isso porque tem prefeito no interior que já montou sua chapa majoritária e suas dobradinhas de deputados. "Vai ser Lula/Neto", como respondeu um prefeito da Chapada Diamantina. Depois do mês de julho os gestores farão novas revelações.

ACM Neto e Lula

O vai e vem no PT

Quem é de dentro do PT, que participa de alguma tendência da sigla, já viu há muito tempo os vários rachas no partido. O que mais chama a atenção nesse caso é que após as crises, o clima pacifica. Depois, brigam de novo e, assim, voltam a se separar. A democracia é tanta que eles vão e vêm com a mesma intensidade.