Professor defende posição do Itamaraty diante do conflito entre Rússia e Ucrânia
Mestre em Relações Internacionais, André Coelho também diz que Bolsonaro não está tão errado em falar sobre "neutralidade"
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O professor e mestre em Relações Internacionais André Coelho, convidado deste episódio do podcast do Portal M!, falou sobre a postura considerada dúbia do Brasil em relação à guerra na Ucrânia. Entre os assuntos abordados, o doutorando pelo Núcleo de Pós-graduação em Administração de Empresas (NPGA) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) defendeu a posição adotada pelo Itamaraty.
"É importante a gente separar a posição do governo da posição do Estado. A do Estado foi muito positiva. O Itamaraty na ONU [Organização das Nações Unidas], por exemplo, agiu em linha com o histórico do próprio Itamaraty em relação a conflitos, de forma diplomática, chamando as partes para uma resolução. Foram demonstrações que não foram tão alinhadas ao governo Bolsonaro", explicou.
Segundo o professor, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) "não está de todo errado em manter um discurso de neutralidade", pois "existe uma certa dependência do agronegócio brasileiro às importações da Rússia".
André Coelho afirma que isso não muda a posição do país diante do mundo. "Não me parece que seja algo que tenha de alguma forma apequenado o país diante do mundo. A relevância brasileira já vem sendo reduzida desde que Bolsonaro assumiu a presidência", pontuou.
Segundo ele, a postura de Bolsonaro diante dessa situação não parece "ter sujado a imagem do Brasil mais do que ela já está suja lá fora".
O professor aproveitou para salientar que a ONU não é um organismo meramente 'decorativo' diante deste conflito entre Rússia e Ucrânia.
"A ONU possui uma série de mecanismos e instrumentos capazes de resolver uma série de problemas e os interesses de países. A ONU age como uma instituição diplomática, serve como um cenário para busca diplomática constante. Neste sentido, não parece que ela esteja de alguma forma obsoleta", explicou.
André Coelho complementa: "A ONU, como ambiente de negociação e diplomacia, tem um papel fundamental a cumprir nessa crise".
Escute o PODCAST na íntegra: