"A pessoa que toma um novo rumo não está jogando a história fora", diz Nilo sobre saída da base governista

Deputado não assegura permanência no grupo para as eleições de outubro e dispara: "Não serei pneu de estepe de ninguém"

Por Davi Valadares
24/01/2022 às 19h21
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Foto: Reprodução
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O deputado federal Marcelo Nilo (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (24), que o governo do PT na Bahia esqueceu dos aliados políticos. Em entrevista ao Portal M!, o socialista disse que o governador Rui Costa está montando a campanha em torno de apenas três nomes: Jaques Wagner (PT), Otto Alencar (PSD) e João Leão (PP).

"O governador Rui Costa disse que vai começar a campanha em fevereiro com Otto, Wagner e Leão. Só que o governador esqueceu que existem outros aliados como o PSB, PCdoB, Podemos, Avante. Nós também comemos sol e poeira. Será que nós não valemos nada? Só valem Otto e Leão? Está parecendo que nós somos pneus de estepe. Só que não serei pneu de estepe de ninguém", disparou,

Nilo demonstrou toda a sua insatisfação ao lembrar que, em 2014, o PSB tinha 62 prefeitos e o PP, de Leão, 48.  Mesmo assim, Wagner e Rui decidiram por Leão na vice em detrimento dele, que era politicamente mais forte.

Nilo ainda respondeu ao senador Jaques Wagner (PT), que afirmou, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na rádio Nova Brasil FM, nesta manhã, que o socialista poderia "jogar a história dele fora" caso decida apoiar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM/UB) ao Governo da Bahia. [Confira aqui].

"Otto Alencar e João Leão saíram da oposição e foram para o governo. Nelson Leal, Paulo Magalhães, Adolfo Menezes fizeram o mesmo movimento. Algum deles jogou a história fora? No meu caso, se sair, será do governo para oposição. E a pessoa tomar um novo rumo não está jogando a história fora", rebateu Nilo.

Segundo o deputado socialista, ACM Neto ainda não o convidou, mas se o fizer, a proposta será analisada com cuidado pelo grupo político ao qual Nilo pertence. O parlamentar ressaltou ainda que não esconde de ninguém o desejo de disputar uma vaga no Senado da República.

"Neto não me convidou para ser candidato a senador. Se me convidar, eu vou pensar. Em 2014, ele me convidou. Se ele me convidar novamente, vou ouvir a família, o deputado Marcelino Veiga, meu grupo político e vou tomar a decisão que for melhor para Bahia", finalizou.