Endividamento das famílias de Salvador tem recuo pelo 4º mês consecutivo, diz Fecomercio

O percentual de família envidadas é de 67,4%

Por Bernardo Rêgo
24/01/2022 às 17h29
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Federação do Comércio de Cens, Serviços e Turismo do estado da Bahia (Fecomércio-BA), apontou que em janeiro a taxa de famílias endividadas em Salvador foi de 67,4%.

Esta é a quarta queda seguida, ficando abaixo dos 69,3% do mês de dezembro. Em relação a janeiro de 2021, entretanto, houve um aumento de 5,5 pontos percentuais, quando naquele mês a taxa de endividados registrada foi de 61,9%.

Atualmente, há 628,4 mil famílias em Salvador com algum tipo de dívida. Desde setembro, quando começou o ciclo de queda da taxa, houve redução de 44 mil famílias que saíram das dívidas.

"Por esses números já é possível fazer uma breve análise de que o cenário ainda é delicado, pois a taxa de 67,4% está próxima do recorde histórico visto há alguns meses, porém, com o aumento dos juros e o risco de inadimplência, diante um mercado de trabalho pouco aquecido, tem tornado o crédito mais caro e mais seleto", pontuou o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.

A inadimplência também está na trajetória descendente. Em janeiro, a taxa de famílias com dívidas em atraso atingiu 29,1% ante os 29,4% vistos em dezembro. Na comparação anual, houve avanço de 3,1 pontos percentuais, de 26% para os atuais 29,1%. São 271,5 mil famílias que precisam acertar as contas não pagas até a data do vencimento.

"Um ponto de atenção na pesquisa é o percentual de famílias que dizem antecipadamente que não terão condições de pagar a dívida em atraso. Em janeiro, o percentual foi de 9,8%, o maior desde fevereiro do ano passado, de 9,9%. Sinal claro da dificuldade financeira das famílias com a inflação em alta e desemprego não melhorando quanto se esperava", disse o economista.

Sobre os principais tipos de dívida, o cartão de crédito lidera com 90,8% entre os endividados, percentual inferior ao de dezembro (91,8%) e abaixo do visto em janeiro de 2021 (94,7%).

E o comércio tem sentido o impacto da inflação e do aumento dos juros. O faturamento do setor, em novembro de 2021, foi 7,1% menor do que no ano anterior, uma queda forte não esperada. Setores como o de eletrodomésticos e eletrônicos, além dos móveis e decoração, devem ser os mais impactados pelo encarecimento do crédito, diminuindo a atratividade de compra pelo consumidor.