Inflação registra menor impacto para as classes de renda mais altas em 2021, afirma Ipea

Grupo de renda mais baixa sofreu com aumento da energia elétrica

Por Redação
18/01/2022 às 16h04
  • Compartilhe
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (18), as classes de renda mais alta foram as menos afetadas pelos efeitos da inflação no ano passado. Segundo o levantamento, as faixas de renda média-alta e alta foram as únicas a registrarem inflação abaixo de 10% no ano passado.

A diferença entre as taxas da faixas de maior e menor renda, no entanto, ficou mais estreita em 2021 em relação a 2020. No último ano, a distância entre uma e outra foi de 0,54 ponto percentual. Um ano antes, havia ficado em 3,48 pontos.

As diferentes taxas de inflação se explicam porque para cada faixa de renda os grupos de consumo têm pesos diferentes: para as classes de renda mais baixas, por exemplo, habitação e alimentação usualmente representam uma fatia maior dos gastos do que entre as que têm renda mais alta, onde lazer e viagens exercem maior peso.

Desse modo, a inflação para a classe de renda mais baixa sofreu principalmente o impacto dos reajustes de 21,2% nas tarifas de energia elétrica e de 37% do gás de botijão. Já para o segmento de renda mais alta, o foco residiu no grupo transportes, com o aumento de 47,5% da gasolina e de 62,2% do etanol.

No período entre novembro e dezembro, a inflação perdeu força em quase todas as faixas de renda. A exceção ficou por conta da classe de menor renda: na faixa de renda muito baixa, o indicador acelerou no último mês do ano.

Nas classes de renda mais baixas, além da alta do grupo alimentos e bebidas, os grupos habitação e saúde e cuidados pessoais também exerceram pressões adicionais. No caso dos alimentos, pesaram os reajustes das carnes (1,4%), das frutas (8,6%) e dos óleos e gorduras (2,2%). Já nos gastos com habitação, houve pressão dos aumentos de energia (0,50%), da tarifa de água e esgoto (0,65%), do gás encanado (6,6%) e dos aluguéis (0,65%).

Já as famílias de renda mais alta foram impactadas pelo aumento no preço das passagens aéreas (10,3%), do transporte por aplicativo (11,8%) e do aluguel de veículos (9,3%).

 

*Com informações do G1