"Festas na Bahia não cumprem o limite de cinco mil pessoas", dispara Leo Prates

Diante do cenário preocupante, titular da SMS afirma que decisão sobre o Carnaval indoor precisa ser precedida de amplo debate

Por Bernardo Rêgo
08/01/2022 às 11h20
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Foto: Divulgação
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O ano de 2022 começou agitado antes mesmo de findar a primeira quinzena. Um surto de gripe atinge Salvador e o estado da Bahia, além da variante Ômicron do coronavírus, que vem acometendo um grande número de pessoas e pressionando o sistema de saúde.

Apesar do cenário preocupante, o Carnaval indoor segue mantido na capital baiana. Em entrevista ao Portal M!, o secretário municipal de Saúde, Leo Prates, afirmou que qualquer tomada de decisão neste momento é muito difícil e deve ser precedida por um amplo debate.

"Nós precisamos fazer um amplo debate com o governador [Rui Costa]. Este é um dos momentos mais difíceis para a tomada de decisão. Estamos assistindo a pessoas passando fome no Ceará, no Rio Grande do Norte, por falta de trabalho. Além disso, há indivíduos que vão aos postos e desmaiam na fila por não terem se alimentado. Há uma ampliação da miséria, e isso é preocupante", pontuou.

O secretário ponderou que uma medida mais dura, neste momento, deve ser a última opção. Segundo Prates, a economia precisa girar, mas as empresas e a população precisam colaborar com relação à manutenção dos protocolos sanitários.

"Eu penso que a medida mais restritiva deve ser a última opção, apesar de ser completamente a favor. A miséria é uma realidade, e não podemos fechar os olhos. Contudo, o Estado precisa ampliar a fiscalização nos eventos e nas empresas no tocante ao cumprimento das medidas. Muitos funcionários não estão usando máscara, que é um item básico. Além disso, as festas não cumprem a limitação de 5 mil pessoas", lamentou.

Leo Prates ressaltou que a taxa de transmissão da Covid (RT) está acima de 1, ou seja, o nível contágio voltou a crescer. Segundo ele, o sistema de saúde ainda não está pressionado ao extremo, mas a Prefeitura de Salvador já adolta providências para evitar o pior.

"Por enquanto, o sistema de saúde não está sofrendo um impacto forte, mas a prefeitura já autorizou a ampliação de leitos para tratamento da Covid-19. Precisamos manter a parceria com o Executivo estadual, afinal o impacto financeiro para a gestão municipal é muito maior em relação ao estado, haja vista a diminuição da arrecadação de impostos", salientou.

"A prefeitura possui um aporte maior do Imposto sobre Serviços (ISS), mas muitos setores estão parados. O estado consegue se segurar melhor porque arrecada o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e a indústria não parou", acrescentou.