Com subnotificação da H3N2 e Covid, Ministério da Saúde ameaça não pagar leitos, afirma Tereza Paim  

A ação ocorre diante da iminência de uma nova onda de infecções pelo novo coronavírus

Por Jones Araújo
06/01/2022 às 14h55
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Foto: Divulgação
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A subnotificação enfrentada por todo o país no número de infectados pela H3N2 e Covid-19 é uma realidade que surge em um momento delicado. A falta dos dados precisos dificulta que os municípios enxerguem com clareza a situação da saúde e cidades podem estar vivendo o crescimento de casos de maneira acelerada das duas doenças, sem ter a real dimensão. De acordo com a secretária estadual de Saúde, Tereza Paim, a Bahia vive esta realidade. 

"Existe subnotificação sim, nós vivenciamos esse momento no qual o Ministério da Saúde, através do DataSUS que não nos enviou os dados...  para além disso esse boom de pessoas contaminadas.. é preciso notificar para a gente se enxergar nesse panorama. Além disso, estamos passando por um desastre de enchentes, em que muitas unidades e equipamentos de saúde foram danificados e se perdeu a tecnologia de informação. A gente sabe que vamos ter uma perda muito grande de notificações a partir de agora, mas é muito importante notificar", afirma a titular da Secretaria Estadual da Saúde, em entrevista para o programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo jornalista Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M!.

Além da queda no sistema de notificação oficial do Ministério da Saúde desde o início de dezembro, quando houve um ataque cibernético, outro motivo para a falta de precisão de dados é o fato de que os dados enviados à pasta pelos governos estaduais e municipais, que já sofriam um represamento em outros momentos da pandemia, podem estar consideravelmente subnotificados

Tereza Paim chama atenção para outro alerta que pode prejudicar todo o estado diante da iminência de uma nova onda de Covid-19: o fato do Ministério da Saúde informar que não vai mais pagar o leito Covid. Segundo ela, o governo da Bahia está trabalhando para que essa decisão seja revisada. 

"Estamos tramitando isso, através do governo da Bahia, Secretária Estadual de Saúde, oficiando o Ministério da Saúde, a partir de uma portaria, mas, desde dezembro, nós estamos conversando sobre isso para que o recurso não se esgote. Lembro que a síndrome gripal precisa de um diagnóstico preciso e isolamento de pacientes, então são leitos especiais para os pacientes que agravam", disse. 

Assista a entrevista: