Vixe! A indefinição sobre o Carnaval, os paredões e a pressão sobre Bruno e Rui. E mais, os bolsonaristas e o PL na Bahia

Toda quarta temos novidades da política, do empresariado e da cultura pra que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
22/12/2021 às 08h39
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro
A demora sem fim
 
A demora do governador Rui Costa em se posicionar sobre a realização (ou não) do Carnaval de Salvador, no próximo ano, tem colocado o gestor estadual na lista de 'personas non gratas' do trade envolvido diretamente com a festa. O que muitos empresários do entretenimento dizem é que "Rui poderia ter dado um sim ou um não desde o início, pois isso faz parte da definição dele como gestor, mas passar quase seis meses para abrir espaço na agenda e ainda não sentar para dialogar com os envolvidos, não parece ser de bom tom", como criticou um grande empresário do meio, que pediu reserva para não ser identificado.
 

Bruno Reis

Perdeu o time
 
Na Praça Municipal, o que se ouve também é que tem muita gente na prefeitura de Salvador revoltada com a demora do governador de se posicionar. Além de não receber o empresariado, o governador também não abriu espaço na agenda para tratar sobre o assunto com o prefeito Bruno Reis, outra parte dessa queda de braço, que não tem tido eco em suas demandas de agenda junto ao governador e sua equipe.


Rui Costa
 
O vilão da folia
 
Há quem diga, inclusive, que "o governador se tornou o vilão da folia", como completou outro empresário do trade, ao endossar as críticas de outros empresários da festa. Até porque, o que se fala é que Rui deve se preocupar com a saúde das pessoas e evitar aglomeração. Mas que o setor do entretenimento é vital também para a geração de emprego e renda na cidade, sobretudo, nessa época do ano, e que não poderia ser renegada como tem sido. 
 
Festas fechadas e a massa 
 
Causaram mal-estar junto a empresários do setor do entretenimento as declarações dadas pelo prefeito Bruno Reis sobre a realização das festas indoor no Carnaval do próximo ano. Na última semana, ele disse que os eventos em locais fechados estavam praticamente definidos, deixando a população que não tem condições financeiras, a ver navios. "O Carnaval do rico está de certa forma resolvido e o dos pobres vai ser o que?", questionou o prefeito, ao voltar a cobrar publicamente uma posição do governador Rui Costa sobre o assunto.
 
A omissão e o paredão 
 
O temor é que a omissão do poder público acabe resultando na realização de inúmeras festas paredão, como as ocorridas nos últimos meses, o que pode gerar aglomerações e piorar a situação da pandemia, já que não haverá controle sobre o esquema vacinal da população. Até porque, é consenso que ou o governo e a prefeitura definem o que fazer para resolver a situação das massas ou viveremos dias difíceis após a folia, com o aparecimento de novas cepas e o aumento nos casos de contaminação da Covid-19.
 
 
Adolfo Menezes 
 
As contas não fecham
 
Entra ano e sai ano e a Assembleia Legislativa da Bahia não consegue fechar as contas do seu próprio orçamento. Desde os tempos do reinado de Marcelo Nilo, os presidentes da Casa pedem, todos os anos, mais verba ao governo estadual para suplementação orçamentária e fechar as contas do Parlamento baiano. Essa semana, o atual presidente Adolfo Menezes confirmou ter pedido R$ 77 milhões para o governo Rui Costa.
 
Tradição equivocada 
 
"Existe uma tradição, não sei por que, de todos os ex-presidentes votarem o orçamento do ano seguinte sabendo que é insuficiente. Agora, em 2021, votamos em primeiro turno já sabendo que não será suficiente. Eu estou tentando corrigir, já mostrando para o governador que vamos precisar em 2022 de tantos milhões a mais. Se estamos votando abaixo vai acontecer de passarmos o pires pedindo", argumentou o presidente, que disse ainda que as despesas deste ano não se referem a gastos da gestão atual, mas sim, de custos acumulados de gestões passadas. "É bom que se diga que não foram despesas aumentadas por mim, são acordos judiciais que custam milhões de reais". Um desses acordos está na casa dos R$ 40 milhões. 
 
 
Bruno nos States
 
Informações chegadas à coluna Vixe ontem deram conta de que o prefeito Bruno Reis está fora do Brasil desde o começo da semana. O prefeito teria viajado com a família para passar os festejos natalinos nos Estados Unidos. A expectativa é que ele retorne para Salvador até domingo. 
 
Sem a confra com a base 
 
E por falar no prefeito Bruno Reis, há quem diga na Praça Municipal que tem muito vereador da base chateado com o chefe do Palácio Thomé de Souza. O prefeito não teria feito a tradicional confraternização de final de ano com os vereadores aliados. Na Câmara nem na prefeitura ninguém ousa falar abertamente sobre o assunto. Já nos bastidores...
 


Rosemberg Pinto

Acordo entre Neto e Lula?
 
Imagine uma articulação feita nos bastidores em que o ex-presidente Lula teria aberto diálogo com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, para garantir a presença do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ex-PSDB, na vice petista. Neto e Alckmin tem uma relação de proximidade, o que facilitaria um eventual entendimento entre eles. O detalhe é que apesar de a notícia parecer, num primeiro momento, "sem fundamento", duas fontes, uma com trânsito na política estadual e outra na política municipal, garantiram ontem que o diálogo entre Lula e Neto estaria acontecendo e teria o objetivo claro de garantir o ex-tucano na vice do PT. A ideia seria colocar um nome do partido, com baixa (ou nenhuma chance de vitória), na condição de candidato ao governo da Bahia em 2022, garantindo a vitória de Neto no próximo ano. O escolhido para o sacrifício pelo petismo teria sido o atual líder governista na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto. 
 
Negociação com impacto nos estados 
 
Em contrapartida, o Partido dos Trabalhadores abriria mão de brigar pra permanecer à frente do governo baiano, fato que acontece há quase 16 anos. A garantia de vitória do ex-presidente da República abriria uma serie de negociações também nos estados, já que Neto continua como presidente nacional do Democratas e em fevereiro deverá ser alçado à condição de secretário-geral do novo partido, o União Brasil. 
 
Rui prefeito em 2024?
 
As informações chegadas à coluna davam conta, inclusive, de que esse acordo passaria também pela eleição de 2024, com a possibilidade de os petistas emplacarem o atual governador Rui Costa como prefeito de Salvador. O partido nunca comandou a prefeitura da capital baiana e ficaria à frente do governo federal e da gestão municipal. A informação fez muita gente graúda se questionar sobre a real veracidade dos boatos. 
 

Tarcísio de Freitas

Aleluia e a ponte picolé
 
O anúncio feito pelo ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, de que a ponte que liga Juazeiro a Petrolina será duplicada no próximo ano, encheu de esperança o vereador de Salvador, Alexandre Aleluia (DEM), que deverá disputar uma vaga na Câmara Federal e está formando base na região Norte da Bahia. A ponte, duplicada em Petrolina, é chamada de "ponte picolé", pois afunila no território baiano. 
 
Alexandre Aleluia e Eduardo Bolsonaro 
 
Articulação de Eduardo 
 
Quem conversou com o ministro nos últimos dias ouviu ele dizer que o anúncio das obras só foi possível graças à interferência direta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), que foi à Juazeiro recentemente com Aleluia. "Graças ao trabalho de vocês - você levou lá o Eduardo Bolsonaro para conhecer a região - a gente entendeu aqui o senso de urgência, a necessidade de fazer a travessia urbana, e estamos fazendo os últimos ajustes de projeto para poder, já no início do ano que vem, contratar a obra da travessia urbana", disse o ministro.
 
 



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bolsonaro 
 
Os bolsonaristas vão dominar o PL
 
A entrada do presidente Jair Bolsonaro no PL encheu de esperança os bolsonaristas da Bahia. Muitos deles dizem que a entrada do presidente na sigla abrirá caminho para que os aliados do chefe da nação sejam acomodados no partido, comandado no estado pelo ex-deputado José Carlos Araújo. Pelo que se comenta em Brasília, deverá ser o principal destino dos aliados do presidente. 


José Carlos Araújo 

Araújo e a união do PL 
 
Uma pergunta que volta e meia é feita, desde a especulação da entrada de Bolsonaro no PL, é se o partido continuará sendo presidido por Araújo na Bahia. O entendimento no grupo é que ele tem capacidade de manter a sigla unida, como tem feito nos últimos anos, aparando as arestas existentes entre alguns dos seus principais quadros. Quem conhece da política local diz que Araújo sempre foi um ponto de intercessão entre os deputados Jonga Bacelar e José Rocha, por exemplo. A conferir. 



João Roma

Em compasso de espera
 
Apesar de, aparentemente, ter tomado gosto com a possibilidade de ser o candidato ao governo para defender os interesses do presidente Jair Bolsonaro na Bahia, o ministro João Roma não bateu o martelo ainda sobre o assunto com o presidente e seus aliados. Estão ainda em compasso de espera.