Vixe! O golpe na CPI da Coelba. A conta da pandemia. O estrondoso lançamento de ACM Neto e a debandada governista

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, disse estar preocupado com o cenário que se avizinha, por conta dos efeitos da pandemia. Além de chamar a atenção para a queda da arrecadação do seu município, ele destacou que há uma contração grande da economia nacional, que vai impactar em todo o país. "Estou vendo muita gente falando que não há impactos nesse final do ano, mas o que estamos vendo é o aumento do desemprego e das desigualdades. O reflexo aqui em Feira é enorme, de um período muito conturbado, o que impacta na prestação dos serviços públicos", enfatizou, ao destacar os esforços para fechar as contas da prefeitura e garantir o pagamento do salário e do 13º do funcionalismo. 

 

A expectativa para 2022 é muito ruim, segundo avaliação do prefeito de Feira. "Com uma inflação na casa dos 10% não dá para ser otimista". Para ele, o início do próximo ano será delicado e de aperto. "Estamos entrando numa recessão e a tendência para o período é de dificuldades", disse ele, lamentando o aumento do desemprego. O prefeito afirmou ainda que a conta da pandemia começa a ser paga agora. Todos os gastos que foram reprimidos vão começar a ser cobrados já no começo de 2022. "Além da dificuldade financeira por conta da crise de saúde pública, teremos o tensionamento causado pelo período eleitoral", completou, ao citar um diálogo que teve com um dos executivos do grupo que controla a rede Assaí. 

 

 

O dirigente da rede supermercadista chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas pela população, que impactam nas vendas do grupo. Segundo Colbert, na rede Assaí, a maior queda percebida nos últimos dois meses foi na venda de refrigerantes. E aumentou a venda de refresco em pó, o que comprova a dificuldade do cidadão de manter o padrão no consumo. A expectativa é que o início do pagamento dos R$ 400, do Auxílio Brasil, ajude a minimizar o efeito sobre a população mais desassistida. 

 

 

A decisão da bancada de oposição, na Assembleia Legislativa da Bahia, ontem, de retirar as assinaturas de apoio à CPI para investigar a Coelba, pegou muita gente de surpresa. No entanto, o assunto já vinha sendo discutido no grupo oposicionista, pois o governo já estava dificultado a instalação da comissão. A CPI pretende investigar os altos preços das tarifas e a má qualidade na prestação dos serviços fornecidos pela empresa à população baiana.

 

Segundo se comenta no Parlamento baiano, o líder governista, Rosemberg Pinto, estava exigindo que a oposição indicasse o deputado Tum como relator da comissão de investigação. O detalhe é que o parlamentar, apesar de fazer parte de um partido oposicionista, o PSC, sempre vota de acordo com os interesses do governo. 

 

 

Tem surpreendido positivamente a repercussão do lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito ACM Neto ao governo da Bahia, realizado durante um mega evento que reuniu quase 10 mil pessoas no Centro de Convenções de Salvador. Segundo se comenta no Democratas, o evento teve um impacto político muito forte, sobretudo, nas cidades do interior baiano.

 

A repercussão do evento foi tão grande que causou um verdadeiro burburinho entre os apoiadores do PT. Por mais que não fale sobre o assunto publicamente, ACM Neto tem costurado a atração de vários deputados estaduais e federais, hoje ligados ao governo Rui Costa. O número exato ninguém se arrisca a falar, mas todos garantem que será uma verdadeira debandada dos aliados do petismo na Bahia. 

 

 

Pelo que se fala no entorno do democrata, a ideia é fazer uma festa de arromba no começo do próximo ano, para anunciar os nomes de parte dos novos apoiadores do DEM. O detalhe é que a maioria dos parlamentares está procurando naturalmente o pré-candidato do União Brasil para garantir apoio à sua candidatura. A expectativa é que alguns deles empurrem a mudança partidária para a data limite, entre março e abril. 

 

 

O mesmo movimento de debandada tem sido construído com prefeitos baianos. Filiados a partidos ligados ao PT, os gestores têm buscado dialogar com o pré-candidato do DEM. Há um mês, ACM Neto tinha o apoio declarado de 118 gestores mas, pelo que se fala nos partidos de oposição, hoje esse número já cresceu e muito. Vários buscaram entendimento com o democrata, mas o anúncio só será feito no próximo ano. Os gestores, muitos deles emblemáticos, que tem identidade com o governo do PT e que tem forte liderança regional, também estão nessa relação de novos aliados, que tem muito poder de multiplicação. Essa é, inclusive, uma agenda prioritária para o próximo ano. Tanto que o entendimento na oposição é que deverão ser criados vários anúncios, para gerar fatos políticos que fortaleçam a candidatura do DEM/União Brasil no estado. 

 

 

ACM Neto já está com a agenda de viagens montada até fevereiro do próximo ano. A estratégia é fortalecer a presença do pré-candidato nas principais cidades baianas até a eleição. No sábado (4), por exemplo, ele esteve em Santa Bárbara, no domingo (5) foi a Gandu e Wenceslau Guimarães e na segunda (6) a Simões Filho. Já na próxima quinta (9) vai para Santo Amaro, sábado (11) para Feira e domingo (12) Itapetinga. Na próxima semana serão mais cinco cidades baianas, com expectativa de ir a outras 15 cidades até o final deste ano.

 

 

A festa de inauguração da ponte que liga a cidade de Barra a Xique-Xique, na última sexta, foi uma verdadeira festa comandada pelo vice-governador João Leão e pelo governador Rui Costa, na tentativa de mostrar força e marcar posição, diante do lançamento disputado do dia anterior, da candidatura de ACM Neto. Entre os governistas, o público de 7 mil pessoas ouviu atentamente ao discurso efusivo do vice.

 

 

O "bonitão" contou histórias do início de sua carreira, da luta pra viabilizar a ponte e no final disparou: "Nós somos um grupo unido e unidos venceremos todas as eleições na Bahia", disse Leão, ao alfinetar a disputa interna do seu grupo para a sucessão do governador. "Quem eu quero não me quer, quem me quer mandei embora", cantarolou o vice, relembrando a música interpretada por Waldick Soriano. 

 

Depois de amaciar o discurso sobre Jaques Wagner, Rui Costa e Otto Alencar, Leão reafirmou sua pretensão de chegar ao Palácio de Ondina e disse que busca apoios, mas que não abre mão de ser protagonista. Os aliados saíram cabisbaixos, diante da insistência do bonitão de defender a própria candidatura ao governo. O que mais chamou a atenção, inclusive, foi o discurso dele de "governador eleito". 

 

 

Toda segunda-feira, o governador Rui Costa tem feito viagens para o interior do estado, para entregar obras, anúncios e fazer política ao lado dos senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, além do vice João Leão. A cada semana o grupo se reúne em cidades estratégicas, na tentativa de fazer barulho e chamar a atenção do eleitorado. 

 

Outro ponto que chamou a atenção no discurso de Leão foi a indireta dada ao prefeito de Xique-xique, Reinaldinho Braga, que prometeu vestir saia caso a obra da ponte fosse finalizada pelo governo. No palanque oficial, ao lado do pai, o deputado Reinaldo Braga, o prefeito foi poupado da provocação nominal do vice, que lembrou de episódios parecidos, para gargalhada do público presente.