Especialistas afirmam que nova variante do coronavírus é mais transmissível

Cepa foi descoberta na Botsuana

Por Redação
26/11/2021 às 19h04
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Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz
Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Segundo informações da Rede Corona-ômica, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a nova variante descoberta na Botsuana (B.1.1.529) está relacionada a um crescimento de casos nas últimas semanas na área onde foi detectada na África do Sul, que é uma região que tem um índice pequeno de pessoas vacinadas.

A nova cepa tem se sobreposto à predominância da Delta, que respondia até então pela maioria dos casos no país africano.

Para o coordenador nacional da rede, o virologista Fernando Spilki, professor da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, há grandes indícios, proporcionados pelo número e perfil de mutações contidas na linhagem, de que essa venha a ser definida adiante, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma variante de preocupação.

A análise se deve às características, que apontam para que essa seja uma linhagem com maior facilidade de transmissão.

"Outra preocupação é que a variante, chamada de Nu (pronúncia ni), se espalha em uma região que tem predominância da Delta, o que denota que essa cepa tem uma alta transmissibilidade. Ela também traz uma quantidade de mutações muito grande", disse Spilki. "A maioria delas, que já conhecemos os efeitos in vitro, está relacionada a uma maior transmissibilidade e com escape parcial de anticorpos. Então devemos ter uma variante que merece um cuidado especial, pelo potencial para se disseminar significativamente", acrescentou.

Apesar de pontuar que ainda faltam informações acerca da nova variante, Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diz que, do ponto de vista sanitário, é importante ter restrições até que se esclareça tudo sobre a cepa. Posição diferente da emitida nesta sexta-feira pela OMS, que entendeu que, neste momento, "a implementação de medidas restritivas a viagens não é recomendada".

*Com informações da CNN Brasil