Navios desaparecidos da China geram dor de cabeça para cadeia global
País quer manter controle de dados dentro das suas fronteiras
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Os navios que trafegam pelas águas chinesas estão desaparecendo dos sistemas de rastreamento do setor, causando assim mais uma dor de cabeça para a cadeia de abastecimento global. O crescente isolamento da China em relação ao resto do mundo - junto com uma desconfiança cada vez maior da influência estrangeira - pode estar por trás desse fenômeno.
Segundo os analistas, há uma queda no tráfego marítimo no final de outubro, quando a China se preparava para promulgar uma legislação que rege a privacidade de dados. Normalmente, as empresas de dados de transporte são capazes de rastrear navios em todo o mundo porque eles são equipados com um sistema de identificação automática, ou AIS.
Esse sistema permite que os navios enviem informações - como posição, velocidade, curso e nome - para estações localizadas ao longo da costa de um país usando um rádio de alta frequência. Se um navio estiver fora do alcance dessas estações, as informações podem ser obtidas via satélite.
Mas isso não está acontecendo na segunda maior economia do mundo, um ator crítico no comércio global. Nas últimas três semanas, o número de navios enviando sinais do país caiu quase 90%, de acordo com dados do provedor global de dados de navegação VesselsValue.
As cadeias de suprimentos estão sob pressão este ano, à medida que os portos congestionados lutam para acompanhar a rápida recuperação da demanda por produtos. As empresas de navegação confiam nos dados do AIS para prever o movimento da embarcação, rastrear tendências sazonais e melhorar a eficiência do porto, de acordo com Cook, da VesselsValue.
Auto-isolamento da China
O desejo da China de manter o controle absoluto sobre todos os dados e informações dentro de suas fronteiras não é surpreendente, já que o presidente Xi Jinping continua a reafirmar o domínio do Partido Comunista em todos os aspectos da economia e da sociedade do país.
A nação tem pressionado pela autossuficiência econômica à medida que enfrenta ameaças externas, como as sanções dos Estados Unidos contra tecnologias essenciais.
*Com informações da CNN