Vixe! O que pesa contra ACM Neto, as vantagens de marchar com o PT. E os impactos da entrada de Bolsonaro no PL da Bahia

Toda quarta-feira temos novidades da política, do empresariado e da cultura pra que você entenda "como a roda gira" nos bastidores
 

Por Osvaldo Lyra e equipe
24/11/2021 às 07h56
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro
O que pesa contra ACM Neto
 
Tem político próximo ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que diz ver dificuldade no crescimento da sua candidatura ao governo do estado em 2022. Três parlamentares ouvidos pela coluna, de diferentes partidos, disseram ontem que pesa negativamente contra o ex-presidente nacional do DEM o fato de ele não ter disputado a eleição para governador em 2018. 

ACM Neto
Desistência sempre lembrada
 
Tem muito aliado, sobretudo que foi derrotado na última eleição estadual, que não engoliu até hoje o fato de ACM Neto ter desistido de entrar na disputa, aos 45 segundos do segundo tempo. Dizem que a atitude do passado reverbera até hoje no grupo, o que dificulta demais que aliados vistam a camisa do seu time e fortaleçam seu projeto na Bahia.
 
Jaques Wagner 
Vantagens de marchar com o PT 
 
Por mais que digam que não, até  mesmo opositores, como integrantes do PP e do PSD, usam o episódio de 2018 pra justificar a impossibilidade de mudar de lado e marchar com o novo secretário-geral do União Brasil. O argumento é que, enquanto na base do PT todos os partidos aliados cresceram, no entorno do Democratas, todos diminuíram. "A conta não fecha. Se você observar, nenhum partido próximo a Neto cresceu como os partidos ligados a Wagner e a Rui. Ou melhor, todos minguaram, inclusive o DEM, que teve que fundir com o PSL para não sumir do mapa na próxima eleição", como enfatizou um progressista, que já alimentou o desejo de mudar de lado na política baiana, mas foi convencido pelos pares de que o melhor a fazer será continuar marchando com Wagner e o PT.

Lula
O fator Lula
 
Enquanto os democratas dizem que Lula não empolga como já empolgou antes, no PT, o discurso é que o cenário é completamente diferente, com vantagem para Wagner, sobretudo, quando soma-se a força do ex-presidente e de Rui Costa. Já entre os oposicionistas, o consenso é que o atual governador não terá capacidade de embalar a candidatura petista como se espera hoje. E mais, eles admitem o peso de Lula entre os baianos, mas que ele não definirá o pleito como querem os integrantes do partido. 
 

Bolsonaro 

PL confirma filiação de Bolsonaro
 
Após intensos bate-bocas nos bastidores, o comando do Partido Liberal (PL) anunciou ontem que a filiação do presidente Jair Bolsonaro acontecerá no próximo dia 30 de novembro. O evento deverá ocorrer às 10h30, em Brasília, como informou a sigla. Em nota, o PL informou que a definição da data era fruto do encontro que, na tarde de ontem, reuniu o presidente da República e o dirigente nacional, Valdemar Costa Neto.

Bolsonaro e Valdemar Costa Neto
Ânimos alterados
 
A data inicial da filiação do presidente era dia 22. No entanto, a falta de acordos para viabilizar candidaturas, bem como para definir direções partidárias nos estados, levou a uma suspensão do evento na semana passada. Os ânimos se alteraram e até mesmo um "VTNC" foi grafado por Valdemar numa troca de mensagens de WhatsApp com Bolsonaro. 

Valdemar Costa Neto
Liberais pegos de surpresa
 
Os integrantes da cúpula do partido na Bahia foram pegos de surpresa com a nota emitida ontem pelo diretório nacional. Nenhum comunicado formal foi feito aos diretórios nos estados. O que não é possível saber ainda é se Valdemar e Bolsonaro resolveram ontem à tarde os gargalos que impediam sua entrada na sigla ou se decidiram protelar a solução dos problemas surgidos até agora. Dentre eles, a indicação de candidatos e de dirigentes do PL nos estados e até mesmo a confirmação de que a sigla irá  marchar, na sua totalidade, com o presidente da República. 

João Roma
Impactos na Bahia 
 
Como impacto direto da filiação de Bolsonaro está o destino político do atual ministro da Cidadania, João Roma, hoje no Republicamos. Resta saber se ele entrará de imediato no PL para disputar o governo do estado, ou se vai esperar a definição dos Republicanos sobre 2022. No partido, ligado à IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), o desejo é de manter Roma na sigla e continuar aliado de ACM Neto. No entanto, essa definição ainda precisará ser tomada, visto que o partido não poderá servir a dois deuses, ou seja, seguir com o apoio aos dois pré-candidatos ao governo. 
 
Equações a serem resolvidas 
 
Nesse contexto, existem ainda duas equações a serem resolvidas na Bahia, após essa movimentação de Bolsonaro. Uma delas é saber se o Republicanos vai marchar com João Roma ou não. Caso o pernambucano deixe o partido, provavelmente ele tentará viabilizar a própria candidatura pelo Partido Liberal. Os dirigentes do Republicanos devem bater o martelo sobre o assunto até o começo de dezembro. 

Abilio Santana 
Apoio a Bolsonaro e a Neto
 
Se Roma for entrar, de fato, no PL para disputar o governo, a expectativa é que ele garanta o apoio de parte da sigla na Bahia. É esperado que Bolsonaro receba aqui o apoio de 90% dos liberais. Já Roma não. Pelo que se comenta nos bastidores, a expectativa é que alguns quadros do PL apoiem Bolsonaro, mas rompam a corda e ignorem Roma. Isso porque os deputados federais Jonga Bacelar, Abílio Santana e José Rocha, além do presidente estadual da sigla, José Carlos Araújo, tenderiam a marchar com ACM Neto localmente. 
 
 
Ivana Paula e Antônio Elinaldo

Um passo atrás
 
Pelo que se comenta em Camaçari, a primeira-dama do município, Ivana Paula, não deverá mais disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia no próximo ano. Até o começo do ano, a aposta era que a mulher do prefeito Antônio Elinaldo entraria na disputa, mas, pelo visto, a saída de Andrea Montenegro da pasta Desenvolvimento Social deve ter feito Ivana mudar os planos. Ela era sempre prestigiada nos eventos da área social do município, que tinha Andrea como anfitriã. Agora, parece que o jogo virou a atual titular da secretaria, Renoildes Oliveira, não dá o Ibope que a antecessora dava à primeira-dama. 


Capitão Alden 

Alden se movimenta
 
O deputado estadual Capitão Alden está preocupado com seu destino político para 2022. Bolsonarista de primeira hora, dizem na Assembleia Legislativa que ele estaria preocupado com a possível mudança do presidente Jair Bolsonaro para o PL. O entendimento no entorno do deputado é que o Partido Liberal vai se tornar uma legenda inviável para abrigar seu projeto político. Tanto que, diante disso, Alden passou a procurar alternativas que se mostrem mais viáveis. 

Jean Sacramento e capitão Alden 
Diálogo aberto com o Prós
 
Na última semana, por exemplo, ele se encontrou com o presidente do PROS, Jean Sacramento. Durante um café da manhã, devidamente registrado nas redes sociais, falaram sobre a possibilidade de ele se filiar à sigla. O deputado estaria tentando construir uma alternativa partidária para disputar uma vaga na Câmara Federal no próximo ano. No entanto, a tarefa não tem sido nada fácil. Muitas portas se fecharam.
 
 
Médicos levantam a voz 
 
No meio da queda de braço que se travou pela realização ou não do Carnaval de Salvador no próximo ano, o Sindicado dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) publicou uma nota se colocando de forma contrária à realização da festa, já que ainda estamos no meio da pandemia. "Por sua própria natureza de festa de multidão, a folia momesca envolve aglomeração, o que implica em aumento significativo de transmissão de doenças virais, o que é historicamente constatado pelos médicos nos atendimentos após o período carnavalesco. Com a pandemia, a propagação da Covid-19 na escala da maior festa popular do planeta poderia ser catastrófica", diz a nota. 
 
Quarta onda preocupa 
 
O Sindimed citou a quarta onda de novos casos da doença na Europa como exemplo para o Brasil. "O nível de propagação da doença voltou a crescer em países da Europa. Isso ainda pode ocorrer no Brasil. O Sindimed considera que a realização do Carnaval contribuiria para agravar a situação de transmissão e assim o cenário voltaria a piorar dramaticamente na Bahia".
 
 
João Leão 

Cúpula do PP poupou Leão
 
Vice-presidente nacional do PP, o vice-governador da Bahia, João Leão, admitiu essa semana que a força da sigla, sobretudo nos estados na região Nordeste, impediu a entrada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na legenda. A expectativa é que o chefe do Executivo se filie dia 30 ao Partido Liberal, comandado por Valdemar da Costa Neto. O "bonitão" admitiu que nomes fortes do PP - como Ciro Nogueira (PI) e Arthur Lira (AL) - levaram em consideração o histórico dele no partido para dizer a Bolsonaro que ele não teria o espaço que gostaria.
 
Sem pressão nacional 
 
"Não tem pressão nacional sobre o local. Eu sou vice-presidente nacional do partido e vou fazer pressão contra mim mesmo? Bolsonaro tem a história dele e nós temos a nossa no Governo da Bahia, que é salutar, do progresso e do desenvolvimento econômico", afirmou Leão.
 

Sérgio Moro
 
Incursão de Moro no Nordeste
 
O ex-juiz Sergio Moro fará sua primeira incursão ao Nordeste como pré-candidato à Presidência da República. Ele vai viajar ao principal reduto de Lula em breve para o lançamento do seu livro "Contra o Sistema da Corrupção". Filiado recentemente ao Podemos, Moro estará dia 05 em Recife. Para vencer a resistência da população do Nordeste, ele tem dito que pretende apresentar propostas 'sob medida' para os problemas da região. 

Dayanne Pimentel 
Batismo de fogo
 
Apoiadores do ex-juiz na Bahia já afirmam que o batismo de fogo de Moro vai acontecer mesmo na Bahia. Aqui, o PT governa há quase 16 anos e Lula lidera na preferência dos baianos com folga. "Vamos marcar o lançamento [do livro] em Salvador", sugeriu a deputada e apoiadora de Moro, Professora Dayane Pimentel.