Vixe!! Empresários sonham com chapa Doria-Moro. A onda pró-ACM Neto e Wagner e o peso de Rui e Lula

Toda quarta-feira temos novidades da política, do empresariado e da cultura pra que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
17/11/2021 às 07h45
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro

Onda pró-ACM Neto e os prefeitos 

Integrantes do PT e partidos aliados fazem questão de propagar nos quatro cantos da Bahia que possuem mais de 320 prefeitos na sua base aliada. Esse verdadeiro exército é cortejado por todos os candidatos ao governo na próxima eleição. O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, já conseguiu reunir apoios de 118 gestores baianos, dentre eles, os das sete maiores cidades do estado. No entorno do democrata o que se diz é que ele comemora os apoios à sua candidatura, mas que sabe que não serão os prefeitos que vão garantir a vitória do próximo governador. Tanto que a estratégia no DEM é trabalhar para construir um movimento que embale uma onda popular pela alternância do poder. 

Waldir Pires 

Aconteceu com Wagner e Waldir
 
Os democratas dizem que existem exemplos que mostram isso. Em 1986, Waldir Pires venceu a eleição com o apoio de 20 prefeitos. Vinte anos depois, mais precisamente em 2006, Jaques Wagner desbancou o grupo carlista do poder com o apoio de menos de 40 prefeitos. Havia um cansaço do grupo encabeçado pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães. "Agora o jogo virou e quem está no poder é o PT e sua turma", como disse o deputado estadual Alan Sanches. 

Alan Sanches 
 
A população é sábia
 
E por falar no deputado Alan Sanches, ele disse ontem que é cada vez mais perceptível o movimento das pessoas na Bahia que sinalizam o desejo de votar em Lula para a presidência da República em 2022 e em ACM Neto para o governo do estado. "Além do que mostram as pesquisas, ao andar pela Bahia vemos o desejo das pessoas por mudança. O grupo que está aí vai  completar 16 anos no poder. A população é sábia e já indica que a eleição não será nacionalizada, como quer o PT", disse Alan. 

Dilma Rousseff 
 
Boa relação com adversários
 
O fato de ACM Neto ter conduzido bem a relação com os governos federal e estadual (durante o período que comandou a prefeitura de Salvador) o coloca num lugar confortável, quando o assunto é a necessidade de alinhamento do projeto local com a disputa pela presidência da República. Neto geriu a capital baiana com o PT à frente do estado (o próprio Jaques Wagner e Rui Costa) e ao Planalto (Dilma, Temer e Bolsonaro). As próprias pesquisas mostram que a população tem a convicção de que a Bahia não será prejudicada, caso Neto vença a disputa aqui e Lula nacionalmente. Pesa positivamente ainda a boa relação mantida entre o democrata e Rui ao longo de toda a pandemia. "E o detalhe: não se trata de promessa. Neto tem como mostrar isso ao longo da campanha, para desespero dos petistas e seus aliados", como completou o vereador Cláudio Tinoco. 

ACM Neto
 
Trabalho e pé no chão
 
Apesar dessa vantagem inicial, ao menos no quesito empolgação, as pessoas próximas ao ex-prefeito ACM Neto dizem que ele insiste sempre em dizer que o objetivo é intensificar o trabalho e manter os pés no chão, sabendo quais são os limites dele e que é um candidato de oposição. 

Lula e Wagner 
O peso de Rui e Lula
 
Nos partidos oposicionistas, o consenso ainda é que o atual governador não terá capacidade de embalar a candidatura de Jaques Wagner e transferir votos para ele. O ex-presidente Lula, sim, será responsável pela transferência de votos para o aliado, apesar de não se saber ainda em qual medida se dará essa injeção de ânimos. 

Rui Costa
PT diz que Rui transfere votos
 
Diferente do que os democratas falam sobre a capacidade de transferência de votos do governador, o que se comenta no PT é que Rui é um verdadeiro popstar e que faz sucesso por onde passa. A aceitação dele é a melhor possível. Portanto, sob o ponto de vista objetivo e subjetivo, o consenso no partido é que o governador está muito bem posicionado e que terá sim capacidade de transferir votos. 

Lula
 
O fator Lula
 
Enquanto os democratas dizem que Lula não empolga como já empolgou, no PT, o discurso é outro. Petistas ouvidos pela Coluna dizem que o cenário é extremamente positivo, sobretudo, quando soma-se a Wagner a força de Lula (favorito na disputa nacional) e Rui Costa (muito bem avaliado na Bahia). "Nosso candidato fica quase indestrutível. O próprio ACM Neto tem pesquisas e sabe disso", como disse ontem uma pessoa próxima ao senador. 

João Leão 
Não há ameaça real de divisão
 
Outro ponto levado em consideração pelo governador e seus aliados é que apesar das movimentações da base, não há ameaça real de divisão do grupo. Mesmo com o tensionamento de João Leão, a unidade deverá ser mantida. 
 
Campanha será nacionalizada?
 
Por mais que Neto e os oposicionistas tentem não nacionalizar a disputa, no seio petista o sentimento é que a população é quem diz se o processo eleitoral será ou não nacionalizado. No Partido dos Trabalhadores, o consenso é que a primeira opção de voto do eleitor é sempre para presidente da República e que isso se replica nas eleições nos estados.

Jaques Wagner 
Aliados do governo comemoram
 
No quesito fortalecimento da base, o PT e seus aliados dizem nadar de braçada. O argumento é que nenhum partido próximo a Neto cresceu como os partidos ligados a Wagner e a Rui. Ou melhor, todos minguaram, inclusive o democratas, que teve que fundir com PSL para não sumir na próxima eleição. 
 
 
João Dória e Sérgio Moro
 
Chapa Doria e Moro agrada empresários
 
Empresários ouvidos pela coluna nos últimos dias disseram que sonham ainda com a construção de uma terceira via, que seja viável para o Brasil em 2022. A turma do nem nem, nem Lula, nem Bolsonaro, alimenta o desejo de ver Ciro ou Doria deslanchando até a próxima eleição. O governador de São Paulo goza mais da simpatia do empresariado. Para um deles, que pediu anonimato, a chapa ideal seria Doria para a presidência e Sérgio Moro para a vice. "Seria uma chapa imbatível", como opinou um deles, ao destacar qualidades e limitações de ambos os nomes. "Moro não deslancha para o Planalto, mas pode ajudar bastante na consolidação da chapa da terceira via", finalizou, ao afirmar que um eventual namoro entre o PSDB e o Podemos já foi iniciado.   
 
 

João Gualberto 

Irmãos Viera Lima vetaram Gualberto 
 
A movimentação do MDB e seus aliados para indicar nomes, como do prefeito de Camaçari, Antônio Elinaldo, na vice de ACM Neto, teria um único objetivo: vetar a participação do prefeito de Mata de São João, o tucano João Gualberto, na chapa democrata. Informação chegada à coluna Vixe dá conta de que os irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima teriam rusgas mal resolvidas com o prefeito do PSDB, que tenta se viabilizar a todo custo na majoritária. Até mesmo recados já teriam enviado para ACM Neto, de que não aceitam a estratégia de acomodar o prefeito de Mata de São João. O detalhe, que não passa despercebido, é que o MDB está com o pé mais para apoiar a candidatura de Wagner, do PT, do que marchar com o DEM / Aliança Brasil. A conferir. 

Zé Ronaldo
Muitos querem e poucos terão
 
Muitos querem fazer parte da chapa majoritária do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, mas poucos terão essa possibilidade. Além de João Gualberto, outros nomes figuram na lista de pretendentes, como o bispo Márcio Marinho, Guilherme Bellintani, Félix Mendonça, Leo Prates, Geraldo Júnior, Elmar Nascimento, Adolfo Viana, Zé Ronaldo.... É muita gente sonhando em entrar na chapa. Uns manifestam em público, outros só no pensamento.
 

Ângelo Coronel 
A condescendência de Coronel
 
Saltaram aos olhos de alguns observadores das redes sociais a curtida - ou melhor, condescendência - do senador Angelo Coronel (PSD) a uma matéria publicada num jornal baiano revelando a intenção do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, de mudar o nome da instituição para Fundação Princesa Isabel. No Instagram, o senador curtiu a notícia e expõe em praça pública estar a favor do endosso - ato de transferir a propriedade de algo ou um título que, inicialmente, pertence a determinado indivíduo para outra pessoa.
 
A curtida foi contraproducente
 
Na tentativa de contemporizar, um outro observador, também muito atento, pontuou que a curtida não seria uma ato de apoio a ideia de Camargo. Conforme esse observador, no entanto, o efeito da curtida foi contraproducente. 
 
 

Paz selada no trade
 
Pelo visto a paz será selada entre o Salvador Destination e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA). As entidades fizeram um acordo para o retorno dos sócios à organização responsável por promover o turismo da capital baiana, após reunião na última quinta-feira (11). Para isso, haverá uma assembleia nesta quinta-feira (18), onde será feito um ajuste no estatuto, deixando claro que os ex-sócios, que saíram entre janeiro de 2020 e outubro de 2021, poderão retornar ao quadro de associados. Eles terão a condição de sócio estabelecida sem nenhum prejuízo de votação e participação na nova diretoria, uma vez que estejam adimplentes. Além disso, foi estabelecido o parcelamento dessa dívida, tanto para os sócios que deixaram o Salvador Destination quanto para os que continuam no quadro de associados e estejam com dificuldades por causa da pandemia.
 
Glicério Lemos 
 Glicério no comando
 
A reunião entre Salvador Destination e ABIH-Ba ainda decidiu que, no dia 29 de novembro, haverá uma assembleia geral, ordinária, para eleição da nova diretoria. Em documento assinado, essa nova direoria já foi pactuada. Com essa decisão, a associação mantém as suas atividades normalmente. Pelo acordo, assumirá a entidade Glicério Lemos, ex-presidente da ABIH-BA.