PGR recebe notícia-crime sobre live em que Bolsonaro associa vacina contra Covid a Aids

Denúncia apresentada por parlamentares do PSOL e do PDT foi encaminha pelo ministro do TSE 

Por Flávio Gomes
26/10/2021 às 11h07
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Foto: Reprodução Youtube
Foto: Reprodução Youtube

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso enviou para a Procuradoria-Geral da República, na segunda-feira (25), uma notícia-crime apresentada por parlamentares do PSOL e do PDT, após live em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) associou a vacina contra a Covid-19 à Aids.

Na última quinta-feira (21) durante a transmissão, Bolsonaro citou "relatórios oficiais do governo do Reino Unido" segundo os quais pessoas totalmente vacinadas estariam "desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirira [Aids] mais rápido do que o previsto".

No vídeo, Bolsonaro afirmou que só daria a notícia e que não a comentaria.

"Portanto, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live. Não quero que caia a live aqui, quero dar informação", disse.

O Facebook e o Instagram derrubaram o material no último domingo (24), alegando que era contra suas políticas. Já na noite de segunda-feira (25), o YouTube também tirou do ar a live e suspendeu por uma semana o canal do presidente.

Sem citar Bolsonaro, o Conselho Federal de Medicina - CFM negou a existência de estudos que associem a vacinação contra a Covid ao desenvolvimento da Aids.

Em nota, o conselho afirmou que tomou conhecimento da associação por meio da imprensa e que "desconhece a existência de estudos científicos válidos que associem a imunização ao surgimento da síndrome de imunodeficiência humana adquirida [Aids]".