'O principal desafio é virarmos essa página ruim da CBF', diz Ednaldo Rodrigues

Para presidente interno da entidade, momento é de unificar e pacificar o futebol

Por Yuri Abreu
11/10/2021 às 08h51
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Foto: Divulgação/CBF
Foto: Divulgação/CBF

Confirmado para presidir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), desde que o ex-presidente Rogério Caboclo teve a suspensão de 21 meses referendada pela Confederação, o baiano Ednaldo Rodrigues tem entre os seus maiores desafios virar a página no episódio que atingiu o ex-dirigente da entidade.

Em entrevista ao colunista Osvaldo Lyra, do jornal A Tarde, o dirigente contou detalhes dos dias tortuosos que balançaram as estruturas da CBF, entre outros, mas disse que o momento é de unificar e pacificar o futebol.

"O principal desafio é exatamente nós virarmos uma página ruim, negativa da CBF com relação a esse episódio recente do presidente afastado Rogério Caboclo e fazer um trabalho que sempre possa, tanto federações quanto clubes, seja de que série for, A, B, C, D, os clubes do futebol estadual também, que possa falar a mesma linguagem no sentido de unificar o futebol e pacificar o futebol, porque hoje a gente verifica muitos imbróglios que envolvem todas as naturezas. Portanto, hoje o principal desafio é exatamente deixar a CBF com o ar bem puro e com isso todo o futebol brasileiro em todas as federações e em todos os clubes", diz Rodrigues.

Questionado especificamente acerca do caso de assédio sexual envolvendo Caboclo, o dirigente afirmou que foi preciso uma grande mobilização para dar um norte à CBF após as denúncias.

"Era uma coisa nova, inesperada, inusitada. Nos esforçamos para não deixar o trabalho parar. O restante era uma situação jurídica ruim porque envolveu o nome da entidade. Queríamos evitar que toda aquela situação respingasse e pudesse impedir os contratos de patrocínio que a CBF detém, o que em um momento ficou bastante crítico. Os patrocinadores não sabiam se continuariam, como seria o desfecho", afirmou Ednaldo Rodrigues.

"E isso sem ter nenhuma pressão. A comissão de ética apurou todos os fatos dando total transparência, ouvindo todos os envolvidos, tanto a parte autora quanto a parte denunciada, ouvindo testemunhas, e, acima de tudo, a comissão de ética foi integralmente colocada pelo presidente afastado Rogério Caboclo. Então não foi uma comissão de ética inimiga do presidente e que por isso encontrou essa situação do presidente. Não. Foi uma comissão de ética escolhida e nomeada pelo presidente Rogério", salientou.

Além de acreditar que situações como essa não devem novamente acontecer na CBF, Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol (FBF), ao comentar sobre casos de outros dirigentes da Confederação tiveram problemas de desvios de conduta, afirmou que não pode minimizar questões anteriores, mas também que a entidade nacional não pode ficar olhando para trás.

"Nós temos que olhar de uma forma firme para frente, não esquecer um passado tão ruim que consequências trouxe para a imagem do futebol brasileiro, principalmente para a Confederação Brasileira de Futebol. Os nossos objetivos são: primeiro, confiança não se impõe, confiança é adquirida. E não sou eu que vou dizer que vou fazer totalmente diferente", comentou Rodrigues.

"Isso tem que ser todos vocês, aqueles que me conhecem, aqueles que não me conhecem, e olhando o nosso fazer, o nosso procedimento. E é com isso que eu quero fazer esse trabalho, mas sabendo que esse tipo de situação jamais vai acontecer comigo porque eu me policio com todas as questões que podem envolver dignidade, lisura, transparência. Isso não só eu, não é singular, isso é plural com todos os nossos pares de vice-presidentes e com todos os diretores e colaboradores dessa casa", completou.