Deputada Talita Oliveira decide não se vacinar e defende direitos de não vacinados

Projeto da deputada tem o intuito de assegurar os "direitos constitucionais de liberdade"

Por Jones Araújo e Osvaldo Lyra
17/09/2021 às 18h47
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Foto: Divulgação
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Após o governador Rui Costa (PT) anunciar que o passaporte sanitário comprovando a vacinação contra Covid-19 será obrigatório em espaços públicos, a deputada estadual Talita Oliveira (PSL) saiu em defesa daqueles que, como ela, optaram por não receber o imunizante .

A parlamentar, que diz que ainda não tomou a vacina porque já teve Covid-19 e acredita estar imunizada, usa como justificativa a ideia de que cada pessoa tem um organismo e pode em algum momento desenvolver reações adversas aos imunizantes.

Talita acredita que não terá problemas na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) por não tomar o imunizante. Na quarta-feira (15), ela apresentou um projeto de lei que visa garantir os direitos das pessoas que não querem se vacinar.

"Não podemos admitir a adoção de 'passaportes sanitários' ou 'passes de vacinação' que visam, em última instância, obrigar pessoas a serem vacinadas com produtos experimentais desenvolvidos em tempo curtíssimo e sem a necessária garantia de segurança relacionada a eventos adversos imediatos, de curto, médio e longo prazo", diz Talita.

Nesta linha, o projeto dela tem o intuito de assegurar os "direitos constitucionais de liberdade a todos àqueles que, por qualquer circunstância de natureza pessoal, física ou objeção de consciência, abstenham-se de participar das campanhas de vacinação" contra a doença em todo estado da Bahia. "Tendo em vista o seu caráter reconhecidamente experimental e de efeitos ainda desconhecidos pela comunidade científica", justificou a parlamentar.

Vale ressaltar que como qualquer vacina, os imunizantes contra a Covid-19 podem causar efeitos colaterais, a maioria das quais são leves ou moderados e desaparecem dentro de alguns dias por conta própria. Além disso, as vacinas são continuamente monitoradas para detectar eventos adverso.

"Eu já tive [Covid]. Cada organismo é um organismo, a gente não pode colocar específico uma pessoa que não vacinou e utilizando o modelo dela, tem pessoas também que tem problema sanguíneo, os médicos tem o maior cuidado para quem toma vacina porque vai ter as reações, por ser um vírus novo a gente não sabe", diz a parlamentar ao justificar o motivo de não ter tomado a vacina.

Talita, que afirma ter perdido cinco pessoas próximas em decorrência da Covid-19, acredita que as possíveis reações se sobrepõem aos benefícios  trazidos pelo imunizante.

"Vacinas salvam vidas, mas nós estamos vivendo um momento que obrigar uma pessoa tomar uma vacina e utilizar isso é um pouco complicado, porque a gente também não fala as reações da vacina, como nós estamos tendo agora com as crianças e adolescentes. Não é pra deixar de incentivar, mas cada um tem sua comorbidade e por isso, é bem complicado. Acho que eu sou a favor de vacina quem realmente estiver preparado pra tomar a dose da vacina", completa.