Setor de entretenimento aposta em formato voz e violão para retomada dos shows na Bahia

Com autorização para eventos com até mil pessoas, empresários iniciam planejamento

Por Jones Araújo
14/09/2021 às 17h09
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Foto: Reprodução Youtube
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O setor de eventos da Bahia já começou a se mobilizar e deve anunciar em breve shows e novas opções de entretenimento. Com o novo decreto estadual, a partir desta segunda-feira (13), podem ser realizadas festas com até mil pessoas. 

De acordo com o dirigente da Associação dos Profissionais de Eventos (APE), Adriano Malvar, o setor está pronto. "Os nossos protocolos foram estudados e financiados por algumas associações, junto ao Hospital das Clínicas de São Paulo. Estamos agora com planejamento para iniciar, ainda no mês de setembro, eventos-testes a nível Brasil para justamente provar que não é o setor de eventos que prolifera o vírus", diz Malvar.

"Nós já estamos prontos desde o ano passado, quando nós apresentamos os protocolos e foi prometido para gente a retomada quando o número de ocupação de leitos chegassem a 60%. Em agosto do ano passado, chegou a essa taxa e, no entanto, a promessa não foi cumprida", afirma.

Para o presidente da Associação Baiana das Produtoras de Eventos (ABAPE) e dono da Allcance Produções, Moacyr Villas Boas, a partir da decisão do governo, é possível ter um planejamento para o futuro e assim, começar a realização dos eventos, dentro do que está sendo estabelecido.

"A gente está começando do zero porque o setor de eventos trabalha com planejamento antecipado. Esse foi o primeiro decreto que permite de forma clara a realização de shows. Agora que essa sinalização foi dada, nós vamos começar a nos planejar para, em breve, retomar a realização de shows dentro dessas condições", disse.

Moacyr segue na esperança de que com o avanço da vacinação, os próximos decretos sejam mais flexíveis e até mesmo ampliem o número de pessoas que irão poder frequentar as festas. "O número de infectados tem caído significativamente. Se as condições epidemiológicas permitirem, acreditamos que os próximos decreto sejam mais flexíveis", diz.

Formato dos eventos

Segundo Adriano, os protocolos na área de eventos são os mais os exigentes possíveis e esse será o trunfo para realizar as atividades sem aumentar a taxa de contágio do coronavírus. 

Moacyr diz que a aposta da ABAPE será em eventos pequenos, com artistas locais e banda reduzida, com foco no voz e violão.

"Trazer artistas de fora implica em hospedagem e passagem aérea e a gente sabe que muitas vezes um evento para até mil pessoas não cobre esses custos, diz Moacyr. "A medida em que a  quantidade pessoas foram ampliadas, aí a gente vai ter condições de trazer os artistas mais caros", completou.

Datas

Os dois empresários afirmam que ainda não há datas definidas para a realização dos shows, mas que nessa semana já começam a se movimentar para garantir novidades.

"Ainda não temos nenhum evento notório de médio porte no momento, mas semana que vem aqueles ambientes que cabem 700 pessoas, já começam fazer as programações semanais", esclarece Adriano.

"Como esse decreto saiu agora, a gente não poderia ter nada agendado antes, porque evento é uma coisa que você faz com antecedência. O que eu tenho visto aí, são eventos que já estavam anunciadas em Salvador em algum lugar da Bahia, que se refere a Réveillon por exemplo, mas foram eventos que essas pessoas começaram anunciar ainda no escuro", completa Moacyr.

Passaporte da vacina

Na opinião do dirigente da APE, o passaporte da vacina fere os princípios constitucionais, mas ele destaca que é um instrumento importante para garantir a saúde das pessoas. "Não cabe a gente mencionar se concorda ou não. A gente concorda com a vacinação, com a saúde de todos, com direito do ser humano de ir e vir para onde ele quiser, principalmente para eventos", pontua Adriano Malvar.

Já Moacyr diz que é preciso exigir a vacinação, uma vez que se trata da saúde do coletivo. "A gente acha que exigir que as pessoas se vacina está longe de ser uma obrigatoriedade ditatorial, porque a partir do momento que a sua atitude prejudica o próximo, então, acho que a responsabilidade não passa ser só do indivíduo. Nós vivemos uma em sociedade, o interesse do coletivo deve se sobrepor ao interesse individual de cada um", destaca.