Vixe! Pesquisa mostra que baianos querem ACM Neto ao governo e Lula na presidência. E mais, números de Roma deixam democratas boquiabertos

Toda quarta-feira temos novidades da política, do empresariado e da cultura pra que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
08/09/2021 às 07h20
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro

Pesquisa mostra que população da Bahia quer mudança 

Uma pesquisa encomendada pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, para consumo interno, encheu de otimismo o núcleo duro da sua campanha. A Coluna Vixe teve acesso às informações do estudo que mostra os cenários e projeções para a campanha estadual e o impacto da nacional sobre 2022. A amostragem foi feita de forma presencial em todas as regiões da Bahia. 

 
Wagner não empolga
 
Para o DEM, o mais importante dos resultados talvez tenha sido o que mostra o desejo da população baiana por mudanças. Por mais que não haja um cansaço do governo Rui Costa, que é bem avaliado sob o aspecto de gestão, o nome do senador Jaques Wagner não empolga. 

 
Apoio de Lula e Bolsonaro não embala seus candidatos 
 
Nos cenários apurados junto ao eleitorado, o núcleo democrata quis saber a intenção de voto do petista Jaques Wagner, com apoio do ex-presidente Lula, e do ministro João Roma, com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. O atual ministro da Cidadania não chegou a pontuar nem na casa dos dois dígitos. Mesmo com o apoio declarado do presidente da República, chegou a 5%. Sozinho, os números apresentados mostram o nível de total desconhecimento do postulante junto ao eleitor. Roma aparece com apenas 1,6%. Como elemento dificultador para o republicano está o fato de a rejeição a Bolsonaro estar na estratosfera, perto da casa dos 80%.

 
Desconhecimento de Roma deixa democratas boquiabertos
 
A pesquisa realizada presencialmente com 2000 eleitores mostrou ainda que a secretária de Saúde de Porto Seguro, Raissa Soares, aparece melhor pontuada do que João Roma, quando o apoio do presidente Bolsonaro não é associado na disputa ao governo do estado. O nível de desconhecimento do ministro da Cidadania perante a população deixou muitos democratas boquiabertos. 

 
Eleitorado quer Lula presidente e Neto governador
 
Outro elemento que causou surpresa entre os democratas foi o desejo consolidado hoje no eleitorado em votar em ACM Neto para o governo do estado e em Lula para presidente da República. Essa informação, inclusive, deverá balizar a estratégia do candidato do DEM até a próxima eleição. O consenso que se tem hoje no grupo é que Neto vai tentar se manter descolado de qualquer candidato ao Palácio do Planalto. Ele já teria a justificativa de que se manterá neutro, pois tem dois nomes da sua base ao Planalto, leia-se Ciro Gomes (PDT) e João Doria (ou Eduardo Leite pelo PSDB), o que o faria sustentar o discurso de que o eleitor deve votar nele para o Palácio de Ondina e ter a liberdade para votar em quem quiser nacionalmente.

 
Eleição local descasada do cenário nacional 
 
Esse cenário de desalinhamento das eleições nacionais e estaduais foge completamente ao comum até aqui. Mas, como as pesquisas mostram essa tendência do eleitor, o mais provável é que ACM Neto surfe nesta onda de independência até os meses que antecedem a eleição. Assim como governou a prefeitura de Salvador sem alinhamento com os governos do estado e federal, o candidato do Democratas deve sustentar o discurso de que vai governar bem a Bahia, independente de quem seja o escolhido para a Presidência da República. Isso, lógico, se for eleito governador em 2022.
 
Lula provoca Neto, que se esquiva e se cala
 
Durante a sua passagem pela Bahia há duas semanas, o ex-presidente Lula tratou de aproveitar uma de suas falas para negar qualquer diálogo com o presidente nacional do DEM. O petista disse que embora mantenha conversas com partidos de oposição, não tem o que tratar com ACM Neto. "Não tenho o que conversar politicamente com ele", declarou, para emendar: "ACM Neto já definiu que o PT é inimigo dele. Ele vai trabalhar pra me derrotar. Me parece que o DEM está enfraquecido", disse o petista, na tentativa de provocar o adversário. 

 
Estratégia será evitar polemizar com Lula e Rui 
 
No entanto, habilidoso, e já de posse das informações da pesquisa, o que ACM Neto fez? Mergulhou, se concentrou na agenda no extremo-sul do estado e evitou tecer qualquer crítica ou comentário à fala do ex-presidente da República. Pelo visto, a estratégia será evitar polemizar com Lula e com Rui, que mantêm elevados índices de aprovação. 
 
Rui desponta na dianteira para o Senado 
 
Na pesquisa encomendada pelo núcleo de campanha de ACM Neto, o único nome que desponta como favorito para o Senado é o do atual governador Rui Costa. Ele lidera isolado na amostragem, sem nenhum adversário próximo. Nem mesmo o atual senador Otto Alencar (PSD) aparece perto do petista. Segundo informação recebida pela coluna Vixe, no núcleo democrata a vaga para a senatória não é colocada ainda na conta de prioridade. Pelo visto, vão esperar o cenário clarear mais para definir a estratégia do grupo. 
 
Aliados de Rui começam a negociar com Neto 
 
Outra informação importante que chegou à coluna Vixe foi que quatro deputados, aliados do governador Rui Costa, buscaram abrir o diálogo com o candidato do DEM, ACM Neto, na última semana. A expectativa no núcleo democrata é que esse movimento tenda a crescer, sobretudo, se as coligações não passarem no Senado e forem mantidas as regras da última eleição. 

 
Debandada em massa 
 
Parlamentares do PSD, do PP e do PSB deverão buscar outros partidos pois terão dificuldade de se eleger nas suas atuais siglas. Há quem diga que o partido de Otto possa perder até três deputados federais, e o PP, de Leão, perca dois. Fora os deputados estaduais, que se colocarão numa situação de desespero, num verdadeiro salve-se quem puder, provocando uma super debandada. A conferir.


 
De máscara, Bruno Dauster desfila em protesto contra Bolsonaro
 
O ex-secretário da Casa Civil do governo Rui Costa, Bruno Dauster, resolveu dar o ar das graças e circular no protesto contra o presidente Jair Bolsonaro ontem, no Grito dos Excluídos, no Campo Grande, em Salvador. Atrás de uma faixa do "Movimento Geração 68. Democracia sempre. Ditadura nunca mais!", Dauster foi visto de máscara, carregando um cartaz com a frase "Brasil tem solução. Fora capitão". O ex-titular da Casa Civil foi exonerado pelo governador Rui Costa em junho do ano passado, depois de ter tido seu nome envolvido num processo de compra de respiradores que nunca foram entregues. 
 
 


Rui interrompe mini-férias para inaugurar ponte
 
Informações fresquinhas chegaram nos últimos dias da Governadoria, dando conta de que o governador Rui Costa teria se dado férias na última semana, para emendar com o feriado do 7 de setembro. Desde a segunda passada ele não era visto pelo Centro Administrativo da Bahia. Na terça o governador não foi fazer o seu famoso Papo Correria. Só na quarta ele reapareceu publicamente, quando fez uma visita relâmpago a Ilhéus, para entregar uma ponte construída pelo governo estadual e que faz parte do complexo da Fiol - Ferrovia Oeste Leste e Porto Sul. Isso, claro, devido o anúncio de que o presidente Jair Bolsonaro estaria na região na sexta para assinar a concessão da ferrovia com a Bamin - Bahia Mineração.
 
 
Receio do bonitão 
 
A informação é que a agenda de Rui se manteve em sigilo até a terça à noite da semana passada. O que se comenta pelos gabinetes da Governadoria é que o petista queria evitar que seu vice, João Leão, soubesse do evento e quisesse estar presente com sua claque. Como não foi avisado, o bonitão não foi. Tomou uma verdadeira bola nas costas do seu governador, mostrando o clima de tensão entre os dois.
 

 
Militares apoiariam golpe pro-Mourão e não pró-Bolsonaro
 
No esteio dos protestos que tomaram conta do Brasil ontem, um movimento em Brasília ecoou pela caserna e reverberou por vários cantos do país. O que muitos diziam era que os militares, caso viessem a apoiar realmente um golpe, não fariam em favor do atual presidente Bolsonaro. Nas rodas de conversa o que se dizia era que as Forças Armadas agiriam para destituir o atual presidente da República, dando posse ao vice, general Hamilton Mourão. 

 
O termômetro do ato pró-Bolsonaro 
 
Quem foi ontem na manifestação pró-Bolsonaro, na Barra, percebeu uma mobilização mais encorpada que a dos partidos de esquerda, no Centro da cidade. Por volta das 10h já havia muita gente entre o Farol e o Cristo. Entre senhorinhas distribuindo a letra do hino nacional,  vendedores de camisas do "Bolsonaro Mito" a grandes bandeiras do Brasil, era possível notar também a presença significativa de representantes de igrejas evangélicas. Antes do hino nacional, religiosos cantavam louvores gospel e faziam "a defesa da liberdade de expressão, falando ser contra a censura". Os manifestantes gritavam efusivamente por uma reforma completa no STF. 
 


Cezar Leite desiste da Câmara tentará vaga para a Assembleia
 
O ex-vereador Cezar Leite confirmou ontem a jornalistas que é pré-candidato a deputado estadual e vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. Além dele, a maioria dos políticos presentes no evento defenderam a ideia de Bolsonaro do voto impresso e ressaltaram as críticas ao Supremo. 
 
Alden diz que SSP não defende a democracia 
 
Outro político bolsonarista presente ao evento foi o deputado estadual Capitão Alden, que, ao chegar na manifestação, fez questão de cumprimentar os policiais presentes. De acordo com ele, o Brasil não vai retroceder e Bolsonaro é o "homem que mais respeita a Constituição". Alden falou ainda que SSP não defende a democracia e lançou a suspeita de infiltrados no grupo, para transformar a cena em "baderna", enfatizando que os militares defendem a constituição. O deputado também ressaltou que, ao contrário das manifestações da esquerda, nos eventos da direita, não ocorre "vandalismos".
 
Assaltos no grito dos excluídos  
 
O fim do grito dos excluídos foi antecipado para muitos manifestantes. Por volta do meio dia, jornalistas confirmaram não ter segurança suficiente ao longo do percurso. Assaltos foram relatados. O evento reuniu integrantes do movimento sem terra, grupo indígenas, políticos e religiosos.