Pneumologista alerta para riscos do consumo de cigarro eletrônico entre jovens

Coordenadora do programa HSR pela Vida, Fernanda Aguiar explicou ao podcast do Portal M! como funciona o apoio a fumantes dispostos a abandonar o vício

Por Francisco Artur
05/09/2021 às 15h10
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Foto: Reprodução/Agência Brasil
Foto: Reprodução/Agência Brasil

A proibição da venda de cigarros eletrônicos no Brasil não impede ninguém de comprá-los pela internet ou nas ruas de Salvador. Uma busca no Google com as palavras-chave "comprar cigarro eletrônico" redireciona o internauta a diversas tabacarias nas quais o produto desejado está disponível. 

Segundo a pneumologista Fernanda Aguiar, o consumo de cigarros eletrônicos tem atraído jovens de Salvador. A especialista, que coordena o programa contra o tabagismo do Hospital São Rafael, batizado de HSR pela Vida, participou deste episódio do podcast do Portal M!.

"A indústria do tabaco vem se reinventando e oferece o cigarro eletrônico como uma ideia de modernidade e de glamour, assim como o narguilé, para atrair jovens. Mas usar esses dispositivos muda apenas a forma de fumar. Eles apresentam os mesmo malefícios à saúde e têm uma alta carga de nicotina, além de outras substâncias capazes de gerar doenças", afirmou a médica.

 

Fumar é 'cringe'

Diante da tendência de aumento no consumo dos cigarros eletrônicos, Fernanda Aguiar enfatiza a importância de o poder público promover ações de conscientização direcionadas ao público jovem. Ela citou como exemplo a propaganda do Ministério da Saúde em que denomina o hábito de fumar como 'cringe'.

"A propaganda foi lançada no dia 29 de agosto, data em que se lembra o Dia Nacional do Combate ao Tabagismo, e foi feita para atingir os jovens. Outro malefício do cigarro eletrônico é que este dispositivo aumenta a chance do fumante migrar para o cigarro convencional", alertou a pneumologista. 

 

Risco de complicações de Covid-19

A coordenadora do HSR pela Vida acrescenta que o hábito de fumar cigarros - eletrônicos ou não - pode facilitar a transmissão da Covid-19. "O fumante leva mais as mãos à boca, além do maior risco de compartilhamento do fumo. O narguilé e o próprio cigarro convencional ou eletrônico são usados de forma compartilhada", exemplificou.  

Quanto ao tratamento da doença causada pelo novo coronavírus, Fernanda Aguiar salientou que o fumante enfrenta maior dificuldade neste sentido.

Durante o podcast, a pneumologista também explicou como é feito o trabalho da equipe antifumo do São Rafael e ainda forneceu orientações para deflagrar o processo de parar de fumar.

 

Confira o podcast