Vixe! Ou Roma decola, ou não disputa o governo. E mais, o rugido do Leão e a renúncia de Rui em 2022

Todas às quartas, temos novidades da política, do empresariado e da cultura para que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Osvaldo Lyra e equipe
18/08/2021 às 07h39
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro
Se Roma não decolar, não disputa o governo
 
Tem aliado do ex-prefeito ACM Neto (DEM) que ainda torce o nariz quando o assunto é a candidatura do ministro João Roma (Republicanos) ao governo do estado, em 2022. Em conversa com a Coluna Vixe, um parlamentar ligado ao pré-candidato do DEM argumentou que se Roma não decolar nas pesquisas nos próximos dois meses, dificilmente se lançará na disputa como o candidato do presidente Jair Bolsonaro na Bahia. "Sacrifício, cada um faz pra si, não faz para os outros não". 

 
Mordido pela mosca azul
 
O argumento é que se até o final do ano Roma perceber que não vai decolar, e não se mantiver na casa dos 10% a 15%, ele certamente tentará a reeleição para a Câmara Federal. "Apesar de estar mordido pela mosca azul, o ministro não é bobo. Vai forçar até o último minuto, mas não vai para o sacrifício só para representar o bolsonarismo na Bahia", completou. 
 
 
 
O rugido do Leão e o mandato tampão
 
O vice-governador João Leão não perde a oportunidade de reafirmar pelos quatro cantos da Bahia que será candidato ao governo do estado em 2022. Na Governadoria, o consenso é que o "bonitão" não terá estofo para romper com o PT e se lançar na disputa, num voo solo. O que se diz nos bastidores é que o ruído do Leão tem aumentado, pois será ele que balizará os espaços que o seu partido, o Progressistas, terá na próxima eleição. 
 
Pressão pela renúncia de Rui
 
A cúpula do PP já externou, em encontro no Palácio de Ondina com Jaques Wagner e Rui Costa, que quer mesmo que Leão se torne governador tampão nos últimos oito meses do mandato. A pressão, na verdade, é para que o atual governador renuncie ao posto e deixe seu vice reinar soberano nos últimos meses de 2022. Leão e o PP vislumbram, com essa estratégia, eleger uma ampla bancada de deputados estaduais e federais no próximo pleito. 

 
Roberto Muniz na vice?
 
Para compor a chapa, um nome do PP chegou a ser cogitado, mas não deu liga internamente. Como a Coluna Vixe já havia falado, o deputado federal Ronaldo Carletto foi aventado, mas estaria encontrando resistências por não ser da costela e da total confiança da família Leão. A carta na manga dos apoiadores do PP seria então o ex-deputado Roberto Muniz, nome importante do Progressistas, que é fechado com Cacá e João. 

 
E como ficará a chapa?
 
Dois cenários são colocados para a montagem da chapa governista. O primeiro, com Jaques Wagner ao governo e Otto ao Senado. E o segundo, com Otto ao governo e Rui Costa ao Senado. Até o próximo ano muita coisa pode acontecer na seara jurídica, indicando, inclusive, como ficará a composição da chapa governista. 
 
 
 
Quatro deputados deixarão o PDT
 
Quatro deputados do PDT, que estão no exercício do mandato, serão convidados a deixar a sigla até abril do próximo ano. Os estaduais Roberto Carlos, Euclides Fernandes e Samuel Júnior, além do deputado federal Alex Santana, não devem permanecer no partido devido à suas posturas contrárias à cúpula pedetista. Alex tem votado de forma diferente ao que o PDT nacional determina, num alinhamento total com o bolsonarismo. Já os três estaduais anunciaram que não romperão com o governador Rui Costa e que não marcharão rumo a uma aliança com ACM Neto no próximo ano.
 
Novos caminhos 
 
Os parlamentares já começaram, inclusive, a negociar a ida para outros grupamentos políticos. A expectativa é que a executiva do PDT não puna os deputados rebeldes, permitindo que mudem na janela partidária, em abril do próximo ano.
 
O PDT ficará mais atrativo 
 
Com a saída dos quatro deputados com mandato, a expectativa do presidente Felix Mendonça Júnior é que o PDT se torne um partido ainda mais atrativo na próxima eleição. A meta é eleger quatro deputados federais e cinco estaduais. "Temos muitos votos de legenda e ainda montaremos uma chapa que favoreça a quem queira chegar e disputar de igual para igual". 
 
Mudanças oportunistas
 
O presidente estadual do PDT é enfático ao se mostrar contrário à reforma eleitoral em tramitação na Câmara Federal. Para ele, o texto aprovado pelos deputados deve ser derrubado pelo Senado. "Somos contra essas mudanças oportunistas, faltando pouco mais de um ano da eleição". Felix diz que modificações, como a cláusula de barreira, poderão ser extintas antes mesmo de ser aplicada na prática.

 
O que fazer para viabilizar Ciro?
 
"Mas então, o que fazer para viabilizar Ciro?" Para responder essa pergunta, o presidente do PDT na Bahia diz que basta apenas conhecer o próprio Ciro. A ideia é reforçar a presença dele no estado, reverberando suas ideias e apontando as soluções que ele defende para o Brasil. "Ciro vai deslanchar. A situação de Bolsonaro é tão ruim que ele pode entrar em colapso e nem ir para o segundo turno". O argumento de Felix é que a força de Lula só existe por causa do antagonismo de Bolsonaro e vice-versa. "Bolsonaro se alimenta com a raiva e a repulsa pelo PT. Se cair um, caem os dois, abrindo espaço para um nome mais ponderado, do Centro", opinou. 


 
 
De olho no voto das polícias
 
Os deputados estaduais soldado Prisco (PSC) e capitão Alden (PSL) anunciaram, na última semana, uma aliança política para as eleições de 2022. No encontro, divulgado nas suas redes sociais, ficou definido que Prisco irá concorrer à reeleição para deputado estadual, enquanto o capitão Alden vai tentar uma vaga para a Câmara Federal. Os parlamentares descreveram o projeto como "de categoria", para todos os servidores da segurança pública. "Estamos selando um verdadeiro compromisso em prol de toda a tropa. Essa parceira vai trazer melhoria efetiva para a categoria da segurança pública", disse Alden, que após sua fala ouviu de Prisco: "Vamos fazer uma "dobradinha" pra vencer. 
 
Tropa reunida?
 
A intenção é fazer, como bem disse Alden, um projeto para a categoria. Sim, o projeto não visa os eleitores e a população em geral. Visa apenas as Polícias Civil e Militar. A proposta corporativista é vista por apoiadores mais próximos dos parlamentares como arriscada. 
 
 
E Aleluia, Cezar Leite e Roberta Roma?
 
Há quem diga que a pré-candidatura do capitão Alden para a Câmara Federal não vá encontrar um ambiente tão propício para decolar, devido às também candidaturas do vereador de Salvador, Alexandre Aleluia, do ex-vereador Cezar Leite, e a provável candidatura de Roberta Roma. Segundo projetou um bolsonarista simpático aos quatro, Aleluia é de longe o principal representante do presidente Bolsonaro na Bahia e largaria na frente na opção de voto. Já Roberta se beneficia do espólio do marido.
 
 
Prefeitos da Chapada de olho nos Parlamentos
 
Parte da 'nova safra de prefeitos' na região da Chapada Diamantina tem recebido avaliações positivas de suas administrações. Isso porque essa área do estado ainda não tem um representante legítimo na Assembleia Legislativa da Bahia, muito menos no Congresso Nacional. A realidade agora é outra. E as mulheres são destaques nesse processo. Pelo visto, a população já começa a sonhar com parlamentares nativos da própria Chapada nos Parlamentos. Para aqueles que não acreditam, paguem para ver!