Robson Conceição acredita na conquista de mais medalhas olímpicas pela seleção brasileira de boxe

Primeiro pugilista brasileiro a ganhar uma medalha de ouro nas olimpíadas é o entrevistado no Podcast do Portal M!

Por Flávio Gomes
23/07/2021 às 09h27
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Foto: Divulgação Federação de Boxe de SP
Foto: Divulgação Federação de Boxe de SP

A 32ª edição dos jogos olímpicos foi aberta oficialmente na manhã desta sexta-feira (23), na cidade de Tóquio, no Japão, após ser adiada em 2020, por conta da pandemia da Covid-19. A partir de hoje até o próximo dia 03 de agosto serão mais de 12.750 atletas, de 206 países e 46 modalidades em disputa.

A delegação brasileira participará de 35 modalidades, com 302 atletas. Entre elas, o boxe é a modalidade que poderá conquistar medalhas na competição.

E quem endossa a afirmação é o baiano, nascido e criado no bairro de São Caetano, em Salvador, Robson Conceição, primeiro boxeador brasileiro a ganhar uma medalha de ouro olímpica.

Em entrevista ao Podcast do Portal M!, Robson disse que participar dos jogos é um momento único para o atleta.

"É um momento de muita emoção, adrenalina, um conhecimento novo na vida de um atleta que nunca participou dos jogos, como está acontecendo com essa nova equipe. É um momento único e uma emoção que todos nós sentimos", disse.

Robson conquistou o ouro olímpico nos jogos do Rio de Janeiro, em 2016, com 26 anos. Para ele, a emoção da conquista da tão sonhada medalha foi muito grande.

"Foi uma emoção muito grande, apesar de ter participado de duas edições, em 2008 e 2012, melhor ainda por ter sido em casa, com a presença de minha mãe, minha esposa e minha filha", pontuou.

Robson falou também sobre o processo de superação, quando foi eliminado ainda na primeira fase dos jogos de 2008 e 2012, até a conquista da medalha.

"Na primeira edição eu era muito novo. Fui o atleta mais novo da categoria e apenas com quatro meses de seleção brasileira. Eu me sentia muito bem, porém não era o momento. Quando o Rio de Janeiro foi escolhido para ser sede olímpica, foi ali que eu me senti campeão. Não tinha mais aquela barreira de enfrentar os donos da casa. O dono da casa agora seria eu e quem vai mandar agora sou eu", afirmou.

Questionado se é a favor da realização da competição no Japão, país do continente asiático, que enfrenta uma nova onda de contágios da Covid-19, e se disputaria caso fosse convocado, o pugilista baiano foi enfático.

"Com certeza! Esse é o momento único de um atleta, que espera muito tempo para que este momento aconteça. Com tudo isso, todas as medidas protetivas estão sendo usadas, os atletas estão vacinados, não haverá público e isso deixa os atletas mais tranquilos para disputar os jogos", ressaltou.

A seleção brasileira de boxe está renovada e se inspira no único campeão olímpico da modalidade para fazer bonito nos Jogos de Tóquio. Robson foi convidado para participar de uma palestra virtual com os atletas, na qual contou sobre suas experiências olímpicas.

"Eu disse pra eles, 'campeões vocês precisam se determinar, saber o que vocês estão indo buscar lá. Vocês não vão para conhecer atletas, vila olímpica e ficar na internet. Pensem na frente, nas suas famílias e fiquem focados'. Creio que foi uma motivação a mais para que eles pudessem viajar tranquilos e determinados para buscarem as medalhas", disse.

Robson avaliou ainda ao Portal M!, os três baianos que fazem parte da seleção, Beatriz Ferreira (60kg), Hebert Conceição (75kg) e Keno Marley (81kg), que despontam como chances reais de medalha de ouro e são treinados por Luiz Dória, que também é o seu treinador.

"Beatriz é a melhor atleta do mundo e tem chances reais. Hebert e Keno, além dos demais da delegação podem trazer medalhas", apostou.

Hoje com 32 anos, Robson Conceição já é pugilista profissional e aparece como 15º colocado no ranking do Conselho Mundial de Boxe. São 16 vitórias, sendo oito por nocaute, contabilizadas em seu cartel de 16 combates.

No próximo dia 10 de setembro ele vai encarar o mexicano Óscar Valdez, atual campeão superpena, nos Estados Unidos.

Para saber da preparação e da valorização do atleta no esporte, assim como a representatividade da música baiana nos seus treinos, ouça o podcast do Portal M!.