Alice Portugal diz que objetivo é derrotar o voto impresso na Câmara dos Deputados

Na avaliação da deputada, o segundo passo da Reforma Eleitoral é discutir e defender o sistema proporcional  

Por Francisco Artur e Osvaldo Lyra
21/07/2021 às 20h59
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Foto: Agência Câmara
Foto: Agência Câmara

Apesar de a Câmara dos Deputados  estar em recesso até o próximo dia 4 de agosto, nos bastidores, parlamentares discutem projetos que serão levados à votação. Um deles é o conteúdo da Reforma Eleitoral, analisado pela deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), em entrevista ao Portal M!

Para ela, a primeira medida da Câmara será no sentido de derrubar a proposta do voto impresso nas eleições brasileiras - defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores.

"A primeira coisa é derrotar este golpe do voto impresso. O voto já é auditável, e as urnas eletrônicas têm evoluído bastante. Isso de voto impresso é desculpa de Bolsonaro", afirmou Alice, referindo-se à tese disseminada no meio político de oposição de que o presidente prevê uma derrota em 2022.

O segundo passo da discussão sobre a Reforma Eleitoral, na avaliação da deputada, é sobre o sistema eleitoral brasileiro. "Na opinião do PCdoB, o sistema proporcional com coligação é o mais adequado", pontuou Alice.

"No mundo inteiro, os partidos correlatos se coligam, mas aqui acabou-se a coligação, e o desastre da última eleição revelou uma eleição mais cara, com menos identidades correlatas. Então, não deu certo este sistema horizontalizado", completou.

Outro ponto levantado pela deputada é a federação de partidos. Segundo ela, este regime possibilitaria que as legendas de médio porte se juntassem a outras agremiações, mas sem perder o registro eleitoral. 

"Não é uma coligação clássica porque você age como um partido. Assim, você precisa ficar quatro anos naquela federação, cumprindo todo o rito partidário, como se um partido fosse, no entanto é uma frente. É assim que Angela Merkel [chanceler alemã] se elege. Então, a federação partidária é algo usado no mundo inteiro e nós achamos uma boa saída", defendeu.