"Não ter o São João gera um prejuízo para o Nordeste em torno de R$ 1,2 bi", diz o ministro do Turismo

Gilson Machado Neto já foi empresário de banda de forró e conhece muito bem a importância das festividades juninas para esta região do país

Por Flávio Gomes e Osvaldo Lyra
07/06/2021 às 15h00
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Foto: Divulgação
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Sanfoneiro e ex-empresário da banda de forró Brucelose, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, disse em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no jornal A Tarde, que não ter o São João gera um prejuízo para o Nordeste em torno de R$1,2 bilhão".

"A Bahia é o maior São João do Nordeste. Porque a Bahia tem a quantidade de cidades que juntando tudo dá Pernambuco, Alagoas e Paraíba juntos. Eu já toquei em todos eles. Não ter o São João gera um prejuízo para o Nordeste em torno de R$1,2 bilhão. E muitas pessoas vivem do São João para sobreviver o resto do ano", disse.

Conhecedor da festa junina e a sua importância para o Nordeste brasileiro, Gilson disse que assim que a pandemia acabar, a banda vai continuar do mesmo jeito.

"Eu estou ministro do turismo, mas eu sou sanfoneiro, sou músico, cantor, compositor da banda Brucelose, que está na estrada há mais de 28 anos, e que assim que a pandemia acabar, a gente vai continuar do mesmo jeito. Agora, pelo segundo ano consecutivo, a gente está na maior tristeza do mundo. Você tira por mim, que já fiz 3.178 shows com minha banda, o que é passar uma véspera de São João, 23 de junho, em casa", lamentou.

Segundo o ministro, algumas medidas estão sendo adotadas por parte do governo federal para amenizar os impactos do setor produtivo.

"Nós criamos já os R$3 bilhões que foram da Lei Aldir Blanc, foi para socorrer o setor. E tem também o Pronamp que tem ajudado muito, inclusive hoje ele foi assinado como sendo definitivo e com 20% dele reservado, exclusivamente, para o setor de eventos. Então você vê que nós temos uma capacidade de agregação muito grande agora pelas pequenas e microempresas", ressaltou.

Ainda segundo o ministro, com a Lei Aldir Blanc, os recursos foram distribuídos "para mais de quatro mil municípios".

"Secretarias de cultura capilarizaram para os pequenos artistas, os artesãos, os sanfoneiros, o cara que toca no sábado à noite para comer na segunda-feira de manhã. E fora isso, nós estamos agora trabalhando com a Secult, com o nosso secretário Mário Frias, para justamente disponibilizar em torno de R$1 bilhão para o setor de eventos, que é o que mais sofreu na pandemia, diretamente com os artistas e com as prefeituras", finalizou.