O namoro entre ACM Neto e o PP e a missão de Otto na CPI e na eleição da Bahia

Todas às quartas, temos novidades da política, do empresariado e da cultura para que você entenda melhor "como a roda gira" nos bastidores

Por Equipe Muita Informação
02/06/2021 às 07h19
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Foto: Arte: Haron Ribeiro
Foto: Arte: Haron Ribeiro

O namoro entre ACM Neto o PP

Uma informação repassada pelo ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, traz à tona uma articulação que aproxima o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, da cúpula nacional do PP. O que o ex-aliado conta em Brasília é que o atual presidente da sigla, Ciro Nogueira, e o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, não vão deixar correr solta a estratégia do partido para as eleições de 2022, sobretudo, nos estados onde os progressistas apoiam o Partido dos Trabalhadores, a exemplo aqui da Bahia. A tese, que pode soar como absurda para alguns, é que teria acontecido uma reunião para azeitar a relação entre progressistas e democratas, com vistas a alianças futuras. Num primeiro encontro, o ex-prefeito ACM Neto teria sentado com Lira, Ciro Nogueira e os deputados federais Paulo Azi (DEM) e Cacá Leão (PP), quando Ciro propôs ao presidente nacional do DEM apoiar a candidatura do PP para a Câmara Federal e, em troca, eles garantiriam o apoio do partido na disputa pelo governo baiano no próximo ano.

Condição para Leão

Ciro Nogueira fez uma condicionante: se o vice-governador João Leão não quisesse participar da investida, iria ser convidado a deixar o partido. Na presença de todos, o próprio Neto teria declinado do convite. Mas, o que Rodrigo Maia fala em Brasília é que, a sós, com Lira e Ciro, o dirigente democrata teria aceitado a proposta, que rifou o então candidato Baleia Rossi, do MDB, e pode colocar o deputado Cacá Leão na chapa do DEM no próximo ano. A conferir.



Roma tomou gosto

O ministro da Cidadania, João Roma, do Republicanos, admitiu ao Muita Informação que pode se colocar como representante do bolsonarismo na eleição de 2022 e, assim, dar palanque ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Bahia. "Não existe vácuo no poder. Se, na Bahia, o PT e ACM Neto [o DEM] rejeitam Bolsonaro, eu vejo a possibilidade de representá-lo". A possibilidade de o ministro se candidatar ao Palácio de Ondina no próximo ano tem sido especulada no cenário político estadual e ganhou fôlego nos bastidores de Brasília. A ideia seria colocar sua esposa, Roberta Roma, como candidata a deputada federal e garantir a manutenção espólio do casal em Brasília.

Pesquisa empolgou

O levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, em que João Roma aparece com 15% das intenções de voto, o animou de maneira que até então não se via. "Foi uma surpresa pra mim, pois em nenhum momento eu me posicionei como candidato e, mesmo assim, tive 15%. Então, não dá para desprezar a última pesquisa, que aponta a importância de um palanque para Bolsonaro na Bahia. Isso não pode ser desprezado", enfatizou Roma.

Alternativa

Uma alternativa de palanque a Bolsonaro na Bahia, que também é cogitada, é o deputado federal Elmar Nascimento, que irá assumir o PSL, de olho na vaga ao Senado de ACM Neto. Caso não vingue a articulação com o PP nacional em Brasília e Cacá não seja levado à chapa majoritária do DEM, Elmar pode se viabilizar na senatoria, abrindo, assim, a possibilidade de representar o bolsonarismo na Bahia. Isso, lógico, se o nome de João Roma também não vingar como postulante ao governo. Como a política é a arte de fazer articulações e conjecturas, qualquer um dos cenários pode vir a se concretizar. Para isso, basta conciliar os interesses dos seus atores políticos.

 

 

A missão de Otto

A missão do senador Otto Alencar, do PSD, na CPI da Covid, não está sendo fácil. Em meio a mentiras de um lado e ao negacionismo do outro, o senador baiano, que é médico de formação, tem se esforçado para mostrar o óbvio na comissão. Ontem mesmo o senador baiano, que é natural da cidade de Ruy Barbosa, teve que dar uma verdadeira aula à médica Nise Yamaguchi, que defendeu o uso de cloroquina em pacientes com a doença. "A senhora está errada. A senhora apostou em uma droga que podia dar certo ou não. E a ciência, por mais que a senhora tenha curso, não admite isso, querer apostar no escuro". O senador baiano fez ainda uma série de perguntas firmes e desconcertantes, começando com o pedido para que a médica explicasse a diferença entre vírus e protozoários. O senador, que não se mostrou satisfeito com as respostas de Nise, acabou viralizando em todo o país, após a apertada contundente que deu na médica bolsonarista.

Palco para 2022

Há quem diga que o protagonismo de Otto na CPI da Covid seja uma importante arma visando as eleições de 2022. Interlocutores do próprio partido acreditam que o senador não estaria convencido da estratégia de não disputar o Palácio de Ondina. Informações chegadas à coluna Vixe dão conta que, em breve, começará a circular um adesivo com "Otto 2022", patrocinada pelos integrantes do seu próprio partido. Otto e o PSD comandam 110 prefeituras na Bahia, uma marca importante, que o coloca como comandante da maior legenda do estado.

Fogo amigo?

Ontem mesmo, o senador Angelo Coronel disse que não via problema em uma disputa do seu partido, o PSD, com o PT. Hoje, a legenda é da base de apoio do governador Rui Costa. Para Coronel, uma chapa formada com o PP, do vice-governador João Leão, seria competitiva e oxigenaria a política local. "Torço por Otto governador. Defendo que a gente tenha uma segunda via. ACM Neto, Jaques Wagner e uma chapa de PP e PSD. Não vejo nada demais. Quem terminar o primeiro turno com menos arestas, a gente se junta. Aconteceu na Bahia, com a prefeitura de Salvador. Juntos, o PP, o PSD têm mais de 50% dos prefeitos, estamos estruturados, por que não colocar um dos nossos nomes à disposição?", questionou Coronel, em entrevista ao programa Política na Mesa, da TV Câmara Salvador.

 

 

Briga no ninho tucano

A disputa pelo comando nacional do PSDB promete novos embates nos próximos dias. Todos sabem que a briga interna na sigla é histórica e sempre houve rodízios entre políticos mineiros e paulistas. No entanto, a ascensão de João Doria, desde que foi eleito prefeito de São Paulo em 2016, incomodou velhos caciques do partido, como o ex-senador Aécio Neves. Com antigos nomes do PSDB envolvidos em denúncias de corrupção e com o discurso da nova política em alta, Doria promoveu uma reorganização dentro do tucanato e colocou seus aliados em cargos estratégicos dentro dos diretórios em todo o país.

Investida

Desde que Doria decidiu partir para o enfrentamento para se viabilizar como candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, foi iniciada uma verdadeira guerra no partido, para que a ala ligada ao governador paulista assuma a maioria dos diretórios nos estados. Essa estratégia atingiria em cheio o ninho tucano na Bahia, onde o deputado federal Adolfo Viana poderia perder o comando para outro membro do partido, mais alinhado com o comando de São Paulo. Há quem diga, inclusive, que o secretário Antonio Imbassahy seja levado a se movimentar e brigar pela direção do partido no estado. Não para ele, Imbassahy, mas para o deputado estadual Paulo Câmara, o que desagradaria e desagregaria o ninho do PSDB, ligado ao Democratas. Paulo Câmara, inclusive, tem mantido uma postura de independência contra o governo do PT e até mesmo com o ex-prefeito ACM Neto.

Sinal amarelo

Muitas pessoas que transitam em Salvador entraram em contato com a Coluna Vixe para falar que diversas sinaleiras da capital baiana estão apagadas ou funcionando de forma intermitente. Na Avenida Paralela, em Ondina e em outros pontos da cidade, o mau funcionamento dos equipamentos públicos tem ofuscado e confundido os motoristas, que acabam sendo punidos pelas perversas multas de trânsito. Alô, Transalvador!

 


Crise sem precedentes

O bilionário Teobaldo Costa está envolvido numa crise sem precedentes, desde que estourou o escândalo de seguranças do seu supermercado Atakarejo, que teriam entregue para criminosos dois homens que tinham furtado pacotes de carne em uma unidade do grupo em Amaralina. Hoje o empresário será sabatinado pelos vereadores que integram as Comissões de Reparação e de Direitos Humanos da Câmara de Salvador. O encontro virtual promete...

Forasteira

Uma nova integrante do governo Bruno Reis mal chegou na cidade e já tem colecionado uma série de desafetos na Praça Municipal. Vaidosa e sempre atrás de holofotes, a moça não tem medido esforços para chamar a atenção e capitalizar as principais ações do município.

Todos de olho

O que moça não esperava era que a turma no Palácio Thomé de Souza abrisse os olhos diante de tantos babados com ela. Há quem diga que a secretária, que nutria desejos políticos em sua terra natal, não vá demorar muito tempo com as chaves do cofre, sobretudo, por estar de olho em novos voos para 2022. As queixas já ultrapassaram os limites da Praça Municipal.

 

Alden e o corporativismo

Pelo que se comenta nos corredores da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Capitão Alden (PSL) deve se livrar da cassação e tomar uma punição mais branda do Conselho de Ética da Casa. O entendimento, segundo parlamentares ouvidos pela coluna Vixe, é que a vontade seria cassá-lo, mas isso abriria um precedente que os próprios pares não estariam dispostos a bancar, de serem alvos de futuras cassações.

Punição 

A expectativa entre os próprios parlamentares é que o deputado bolsonarista receba como punição 30 dias de suspensão, sem remuneração, para servir de exemplo por ter falado demais.