Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues elogiam depoimento de Mandetta na CPI da Covid
Entre os pontos destacados está a adoção da cloroquina a despeito da orientação contrária do Ministério da Saúde
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O depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na CPI da Covid foi elogiado por senadores. Segundo o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a fala trouxe informações "graves" e foi "além das expectativas".
De acordo com a CNN Brasil, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), destacou que as declarações de Mandetta revelaram a existência de "uma espécie de comando paralelo no enfrentamento da pandemia" e mostraram "o que ocorreu naquele momento inicial da pandemia".
Entre os pontos também destacados por Calheiros e Rodrigues está a adoção da cloroquina a despeito da orientação contrária do Ministério da Saúde, além da participação do vereador Carlos Bolsonaro em reuniões sobre a Covid-19.
Segundo Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manifestou divergências em relação às orientações científicas para o controle da pandemia do novo coronavírus.
Para Calheiros, houve indução ao uso de medicamentos que não tinham evidência comprovada de eficácia contra a doença.
Ele e Rodrigues mencionaram a declaração do ex-ministro de que, numa reunião de governo, foi mostrado um esboço de decreto que incluiria, na bula da cloroquina, a indicação para seu uso contra a Covid-19.
Calheiros também relacionou informações do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) de que teria havido procedimento de compra de medicamentos sem análise prévia da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do SUS.
Calheiros também ironizou a decisão do ex-ministro, Eduardo Pazuello, de não comparecer nesta quarta-feira (5) à CPI por ter tido contato com duas pessoas diagnosticadas com a Covid-19, e disse ter ficado contente que outro integrante do governo demonstre preocupação com isolamento e distanciamento para conter a pandemia.
Para o senador, a CPI gerou mudanças no comportamento de autoridades, na condução da compra de vacinas e de insumos e até no "abandono do negacionismo".