Infectopediatra diz que retorno às aulas é seguro desde que medidas de proteção sejam adotadas
Entrevistada no podcast do Portal M!, Anne Galastri foi enfática: "Temos medidas eficazes para diminuir os riscos"
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Nesta segunda-feira (3), a rede municipal de ensino de Salvador e escolas particulares retomam o ensino semipresencial, suspenso desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado.
Em entrevista ao Portal M!, a Infectopediatra Anne Galastri, do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) e especialista em vacinas, explicou sobre as chances de se contrair o vírus nas escolas.
Segundo ela, qualquer pessoa pode ser contaminada com o coronavírus, no entanto, a possibilidade de contágio em um ambiente fechado é maior do que em local aberto.
"Nós não temos risco zero, a não ser que a pessoa esteja fechada em uma bolha e não saia. No entanto, temos medidas eficazes para diminuir os riscos. E no ambiente escolar não é diferente", avalia a especialista.
"Com o distanciamento de carteiras, salas com ventilação apropriada, de preferência atividades ao ar livre, higienização das mãos e utilização das máscaras, isso não terá problema. Existem estudos claros que apontam sem nenhuma dúvida, sem nenhum viés, que a volta às aulas é algo seguro".
Anne ressaltou ainda que o ambiente escolar se torna seguro, por não ter rotatividade de pessoas.
"Você sabe quem são as pessoas que frequentam, você sabe quem são as pessoas responsáveis por cada aluno e o ambiente fica seguro para frequentá-lo através das medidas necessárias, e é exatamente isso que as escolas estão propondo", explicou.
Questionada sobre a decisão de sindicatos que representam professores das redes pública e privada de só retornarem às salas de aula quanto receberem as duas aplicações da vacina contra a Covid-19, a infectopediatra diz que cientificamente, a retomada é segura de acordo com os protocolos de segurança sanitária.
"O que eu tenho certeza, baseada em estudos científicos, o que todos os lugares do mundo inteiro fazem é seguir os protocolos com higienização adequada e utilização de máscara corretamente. Mas pessoas que não estão vacinadas e são do grupo de alto risco ou professores que estejam de tratamento oncológico, devem passar pelos seus médicos para avaliação. E isso é uma avaliação caso a caso", explicou.
Anne Galastri ressaltou, ainda, que os alunos são os que mais podem contribuir para evitar a propagação da doença.
"Principalmente as crianças, através de higienização, tanto no ambiente escolar, como no ambiente doméstico. Elas serão o exemplo. Quantas vezes já vimos durante a pandemia o adulto desrespeitando o distanciamento e a criança em pé no local do 'X'? As crianças podem sim ir para o ambiente escolar com esse conhecimento sobre a pandemia", afirmou.
A médica alertou também para que os professores façam o monitoramento em caso de suspeita de incômodo respiratório, febre ou qualquer outro sintoma ligado à Covid-19.
"Quantas vezes uma professora liga para a mãe? Isso já é algo que acontece e é preciso que seja feito de modo claro", ressaltou.
A médica disse que, se algum aluno ou professor for infectado pela Covid-19, cada caso tem que ser analisado para a adoção das medidas necessárias.
Confira a entrevista na íntegra: