Médica recomenda vacina contra gripe e alerta que aplicação só deve ocorrer 15 dias após primeira dose contra o coronavírus
Campanha contra a Influenza começa no próximo dia 12, mas a infectopediatra Anne Galastri enfatiza que prioridade deve ser dada à prevenção da Covid-19
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Prevista para começar no próximo dia 12, a vacinação contra a Influenza chegará como mais uma aliada na redução de óbitos por outra doença, que já matou mais de 320 mil pessoas no Brasil: a Covid-19.
Para a infectopediatra Anne Galastri, o êxito de uma campanha de vacinação contra a gripe contribuirá para um melhor atendimento de saúde aos pacientes infectados com o novo coronavírus.
"Tomar a vacina da gripe é importante não só para evitar casos de síndrome respiratória, mas para reduzir o número de pessoas internadas em hospitais por causa da Influenza", afirma a médica, membra do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape).
Em paralelo à campanha de prevenção à gripe, o Ministério da Saúde, estados e municípios trabalham com a vacinação contra o novo coronavírus. No Brasil, apenas cidadãos que integram o público-alvo vêm recebendo as doses do imunizante.
Com as duas campanhas serão promovidas de forma paralela, Anne Galastri recomenda que as pessoas tomem as duas vacinas, mas com prioridade para a imunização contra a Covid-19.
"A orientação é que haja uma diferença de 15 dias entre essas doses, sendo que a preferência é a imunização contra Covid-19", explica. Como CoronaVac e Oxford-AstraZeneca têm duas aplicações, é possível imunizar-se contra a Influenza 15 dias depois de receber a primeira dose de uma das vacinas.
Meta é vacinar quase 80 milhões
A 23° Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começa no dia 12 de abril, com público-alvo estimado em 79,7 milhões de brasileiros. A meta é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos prioritários. A campanha vai até o dia 9 de julho.
O Ministério da Saúde ressalta a importância da vacinação contra a Influenza em 2021, pois prevenirá o surgimento de complicações decorrentes da doença, óbitos, internações e a sobrecarga nos serviços de saúde, além de reduzir os sintomas que podem ser confundidos com os da Covid-19.
A pasta distribuirá 80 milhões de doses da vacina Influenza Trivalente, produzida pelo Instituto Butantan, para imunização do público-alvo. O ministério orienta as unidades da Federação a adotar todas as medidas de prevenção à transmissão da Covid-19 durante a campanha em mais de 50 mil postos de vacinação espalhados pelo Brasil.
Grupos prioritários
Nesta campanha, os grupos prioritários são crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos ou mais, professores das escolas públicas e privadas, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, Forças Armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
A vacinação será feita de forma escalonada - os grupos prioritários serão distribuídos em três etapas. Os municípios terão autonomia para definir as datas de mobilização (Dia D), conforme a realidade de cada região.
O Ministério da Saúde alerta, ainda, que a ação de imunização contra a Influenza é extremamente importante para a proteção dos grupos mais vulneráveis às complicações e óbitos decorrentes da Covid. Portanto, deve ser mantida, apesar de todos os desafios frente à circulação contínua ou recorrente do coronavírus.
A estratégia de vacinação contra a Influenza foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999.
* Com informações da Agência Brasil.