Teresa de Ávila: escritora e médium

Por Viviane Pádua
28/03/2021 às 08h21
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Foto: Divulgação
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Teresa de Cepeda e Ahumada, nascida em 28 de março de 1515, na cidade de Ávila, na Espanha, primeira Doutora da Igreja Católica. Aos 20 anos, fugiu para o convento Carmelita da Encarnação, mas considerava que aquele espaço não era propício às suas orações e desenvolvimento da sua vida espiritual. Diante dessa perspectiva, após 25 anos no Carmelo pede permissão para fundar novas casas. Aos 40 anos, ela inicia a grande reforma na Ordem das Carmelita Descalças com a fundação de 32 mosteiros, sendo 17 femininos e 15 masculinos.

Importante pensar que no período vivido por Teresa, a Espanha vivia o auge da Inquisição, onde mulheres não podiam desenvolver atividades outras que não as domésticas. Ela coloca-se nessa missão de protagonista da sua história e da vida de outras tantas mulheres que eram acolhidas nas novas fundações.

Além de líder religiosa, a atividade de escritora tomava-lhe bastante tempo, deixando várias obras: Livro da Vida, Caminho da Perfeição, Moradas e Fundações, entre outros. Por conta da sua atividade intelectual, foi interrogada por bispos que consideravam tal produção "suspeita". O fato dela ser uma religiosa e a sua amizade com outros bispos, João da Cruz teve um papel relevante, foi fundamental para que ela levasse a frente toda a sua produção.

Considerada pelo Papa Paulo VI como uma mulher excepcional, que irradiou ao mundo uma vitalidade humana e um dinamismo espiritual incríveis e, como reformadora e fundadora de uma ordem religiosa, "insigne e histórica". Outros adjetivos atribuídos a ela: escritora genialíssima e fecunda, mestra de vida espiritual, incomparável na contemplação, infatigável na ação...

É facilmente identificado na vida e obra dessa mulher, a sua ação como médium em diferentes vivências místicas. Durante a sua experiência reencarnatória, Teresa vivenciou a audiência, vidência, psicografia (inspiração), profecias, premunições, desdobramentos, êxtases, estados alterados de consciência, entre outros fenômenos mediúnicos.

Obviamente, para uma freira, no século XVI, aquelas situações causavam-lhe estranhamento e adoecimento em muitos momentos da vida. Ela julgava-se, em algumas narrativas, como "louca" e demonstrava medo das suas capacidades mentais. O seu amigo e companheiro, João da Cruz, por muitas vezes atuou como confidente e responsável por tranquilizá-la, acreditando que eram dons concedidos por Deus e pura ação do Espírito Santo.

Oito anos antes do seu desencarne, foi lhe revelado a hora de sua morte; até hoje, seu corpo exala um perfume de rosas e se conserva intacto; seu coração conservado em um relicário, em Alba, na igreja das Carmelitas, tem uma profunda ferida, de quando foi marcado por um anjo, dez anos antes da sua morte; esses são alguns exemplos da mística que envolve a vida de Teresa de Ávila.

*Viviane Pádua é licenciada em Letras Vernáculas, pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Gramática e Texto. Voluntária espírita, pesquisadora da Doutrina Espírita e escritora.

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