Pandemia leva ao retardo no diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer colorretal

Doença  identificada precocemente é mais fácil de ser curada

Por Redação
04/03/2021 às 22h30
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O diretor do Núcleo de Coloproctologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), Ramon Mendes, alerta que a segunda onda da pandemia está interferindo diretamente nos resultados oncológicos e prejudicando a investigação e o tratamento do câncer colorretal, tumor maligno que se instala no intestino grosso.

"Com a pandemia o diagnóstico tem sido atrasado, pois os pacientes não procuram atendimento médico e quando vão muitas vezes já apresentam um tumor grande e tendo que ser operado de urgência. O atraso na realização dos exames de colonoscopia, que é a melhor forma de prevenir o câncer colorretal, vem dificultando o tratamento precoce do câncer colorretal", diz o médico neste mês dedicado à conscietização sobre a doença, o Março Azul Marinho. 

Estudos brasileiros apontam que pacientes oncológicos com Covid-19 têm taxa de mortalidade de 16,7%, seis vezes mais que o índice global, de 2,4%.  

Outro dado grave é o da Organização Mundial da Saúde (OMS), que informa que o país conta com mais de 1,5 milhão de pessoas que dependem de tratamento oncológico, número que tende a aumentar, de acordo com a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

O Instituto estima que, até 2022, sejam diagnosticados no Brasil 41.010 novos casos de câncer colorretal, sendo 20.540 em homens e 20.470 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,63 para cada 100 mil mulheres. 

Ramon Mendes destaca ainda a importância de todos ficarem atentos aos sinais no corpo e procurarem o médico, em caso de manifestação de sintomas. Segundo ele, é possível detectar o câncer colorretal em seus estágios iniciais, quando a possibilidade de cura chega a 95%.