"O pouco crédito disponível para o comércio é difícil de ser acessado", afirma Carlos Andrade

Presidente da Fecomércio falou ao Portal M! sobre a situação do segmento durante o decreto do toque de recolher 

Por Osvaldo Lyra e Flávio Gomes
01/03/2021 às 20h00
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Foto: Divulgação
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O presidente da Fecomércio, Carlos Andrade, disse ao Portal M! que teme o fechamento do comércio por um prazo maior, e que a iniciativa poderia ser um caos.

"Nós, do comércio, não queremos nem pensar nisso. Seria um caos. Porque nós estamos vivendo um período de lockdown grande, esperamos chegar em janeiro numa condição melhor, fevereiro está acabando hoje e a coisa está piorando. Os números estão piorando. Eu ainda insisto em dizer que faltou planejamento para que hoje nós tivéssemos uma situação melhor", afirmou.

Carlos pontuou também sobre a importância da vida e a importância dos empregos.

"A quantidade de empresas fechadas foi um absurdo. Nós entendemos que, em cima disso tudo, nós não queremos nunca o comércio fechado. Para nós está sendo difícil, mas nós temos que absorver, porque os números que o governo está apresentando e as prefeituras estão apresentando são realmente preocupantes. Nós estamos preocupados", assegurou.

Com o número alto de empresas que já fecharam e outras que estão prestes a fechar, além de um aumento no número de desempregados, o presidente analisou que esta é uma conta difícil de equacionar, conforme feedback do Sebrae Bahia.

"O pouco crédito disponível para o comércio é difícil de ser acessado. A demanda por crédito é tão pequeno para o micro e pequeno empresário. Apesar de o governo ter liberado em torno de R$ 3 bilhões para a Bahia. Eu acho que atendeu a 30% das empresas. Infelizmente foi assim. As empresas maiores receberam mais e as pequenas, médias e micro muito menos", explicou.

"Eu digo sempre que 'nós', entidades, temos pedido junto ao Governo Federal, o Ministério da Economia que liberasse recursos para o comércio. Mas o que chegou de recurso foi muito pouco. E prejudicou por demais a pequena e a micro empresa", completou.

Carlos disse ainda que o Planalto e o Congresso Nacional deveriam pautar como prioridade, nesse momento, as reformas Administrativa e Tributária.

"Nós precisamos das reformas hoje administrativas, que eu acho que nós estamos com a administração do país priorizando às vezes muitos setores que ganham muito e produzem pouco, e a reforma tributária. Nós temos esses dois aspectos de suma importância, as duas reformas, que nós que acompanhamos esses dois últimos anos vimos que não evoluíram", ressaltou.

"Houve uma desavença ideológica entre a Câmara, entre o Congresso, ou seja, entre o Senado e a Câmara e o Legislativo e o Executivo. Cada um interpretando de um jeito. O que nós queremos e pedimos é que haja entendimento entre os três poderes. O Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Porque quando os três poderes não se entendem, quem paga a conta é a sociedade. E é o que nós estamos vendo", declarou.