"O lockdown é um remédio muito amargo para o comércio, mas nós temos que tomar", diz Carlos Andrade

Presidente da Fecomércio afirmou ao Portal M! que essa fase da pandemia é a mais crítica

Por Osvaldo Lyra e Flávio Gomes
01/03/2021 às 08h21
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Foto: Divulgação
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O presidente da Fecomercio-Bahia, Carlos Andrade, disse ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, em entrevista no jornal A Tarde, que medidas de restrição, como o lockdown, são "um remédio muito amargo para o comércio".

"Entendemos que essa fase da pandemia é uma fase crítica. Os números que estão sendo apresentados pelo governo do estado e pela prefeitura são preocupantes. Nós, da Federação, estamos trabalhando muito em conjunto com o CDL, a FCDL, bem como a Associação Comercial. Nós estamos sempre trabalhando, as quatro entidades que representam o comércio juntas. E nós entendemos que nesse momento os números não são favoráveis", ressaltou.

"Nós entendemos que, por precaução, o governador e o prefeito, em comum acordo, fizeram reuniões conosco via web, e disseram que, no nosso ponto de vista, nós entendemos que o lockdown não é o caminho. O caminho é fazer o preventivo. Fechar (o comércio) 17h, depois 18h, depois 20h, não é nada bom. É complicado. Então para o comércio, o serviço, e o turismo, que são as entidades, os segmentos que nós representamos, não é nada bom. Contudo, eu acho que nesse momento é o único remédio. O lockdown é um remédio muito amargo para o comércio, mas nós temos que tomar", afirmou.

Com o fechamento das atividades não essenciais, só no fim de semana, a Fecomércio prevê um prejuízo diário na ordem de R$ 70 milhões no varejo baiano. Para o presidente, o prejuízo que o comércio vai ter diariamente "é o preço que nós estamos pagando pela pandemia".

"Todo mundo tem a cota de sacrifício. O lockdown é um remédio muito amargo para o comércio, mas nós temos que tomar. Primeiro preservando a vida, que é a coisa mais importante que nós temos. Depois da vida, nós entendemos que são os empregos que nós preservamos, e depois os nossos CNPJs. Nós precisamos preservar as nossas empresas também", pontuou.

Carlos Andrade disse ainda, que hoje há pouco investimento na infraestrutura por parte do estado, que fechou algumas unidades de saúde e o hospital de campanha na Arena Fonte Nova.

"Nós todos pensávamos que a pandemia tinha passado, não é? E não foi diferente para o estado. O Wet'n Wild, a Fonte Nova, alguns hospitais. Nós entendemos que a dificuldade é para todos nós. Inclusive a infraestrutura do interior. Cidades como Feira de Santana, Camaçari, podiam ter uma infraestrutura melhor para que todo mundo não viesse para Salvador. Se o estado fosse mapeado e o pessoal de Amargosa, eu por exemplo sou de Amargosa, tivesse uma infraestrutura boa, não precisava os pacientes de lá virem pra Salvador", analisou.

"Eu acho que nós devíamos ter hospitais regionais que atendessem a população. E lógico que como não tem essa infraestrutura vem todo mundo para a capital e a população de Salvador é altamente prejudicada. Em suma, a quantidade que eu soube hoje é que já tem 50 ou 60 pessoas na fila para serem reguladas. Isso é um absurdo. Eu acho que o governador e o prefeito estão trabalhando em cima dos números de hoje e essa é a nossa dura realidade", finalizou.