Lewandowski suspende processo milionário do TCU contra Joesley Batista

Ministro concedeu liminar pedida pela defesa do empresário; alegação é de que supostas irregularidades na fusão JBS-Bertin estão prescritas desde 2014

Por Redação
27/02/2021 às 22h33
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Foto: Reprodução
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido dos advogados do empresário e delator Joesley Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da JBS, e suspendeu um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que pede o ressarcimento de R$ 670 milhões em reparação por supostas irregularidades na operação em que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) comprou ações do frigorífico Bertin, em 2008. 

De acordo com a revista Veja, o banco de fomento desembolsou 2,5 bilhões de reais pelos papeis do Bertin, que foi incorporado pela JBS em 2009.

A ação aponta que houve falhas em várias etapas do aporte do BNDESPar no frigorífico. Um acórdão da Corte de contas de dezembro de 2018 cita, entre estas irregularidades, que a instrução de enquadramento da operação foi elaborada em apenas dois dias e "de forma superficial e com informações imprecisas e incorretas". 

Além disso, dados usados no relatório de análise não constaram nos demonstrativos financeiros da empresa. O valor de 670 milhões de reais foi calculado pela diferença entre os 2,5 bilhões de reais aportados pelo BNDES no Bertin e o 1,83 bilhão de reais que o banco de fomento recebeu em ações da JBS por sua parte no frigorífico.

Lewandowski concedeu uma liminar pedida pela defesa do empresário, que alega que os fatos apurados na Tomada de Contas Especial estariam prescritos desde 2014. Os advogados de Joesley, entre os quais o ex-ministro da Controladoria-Geral da União Jorge Hagge, incluíram no mandado de segurança ao STF decisões em que os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello se posicionaram no sentido de que processos do TCU prescrevem em cinco anos. 

Os defensores também apontaram que o processo do TCU foi originado por uma representação instaurada em 2015 e que o empresário só foi notificado da ação em 2018.