Fábio Vilas-Boas lamenta a escalada da pandemia: "A população não tem colaborado, principalmente os mais jovens"

Há 11 meses na linha de frente, o secretário de Saúde da Bahia acabou infectado pela Covid-19

Por Osvaldo Lyra e Flávio Gomes
22/02/2021 às 21h20
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Foto: Divulgação
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Há 11 meses na linha de frente no combate à pandemia da Covid-19, o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, acabou sendo infectado pela doença.

Fábio disse ao Portal M! que essa "é uma experiência única que a gente passa".

"Onze meses tentando evitar, usando todas as medidas de prevenção, e logo agora, já perto da vacina, a gente acaba pegando. É um misto de frustração com sensação de impotência. A gente, ao mesmo tempo, fica preocupado com outras pessoas que também estão se contaminando, a gente não sabe se esse vírus que me pegou já é uma dessas variantes mais contagiosas, porque eu não relaxei nada", lamentou.

"Foram 11 meses fazendo tudo direitinho e agora, de uma hora para outra, eu me contamino. Felizmente, eu estou conseguindo atravessar aqui sem piorar, mas é uma batalha. É uma experiência única, porque você sabe que da mesma forma que você pode melhorar, você pode piorar. Isso é uma loteria", ressaltou.

A Bahia registrou, no último domingo (21), o maior número de pacientes internados em UTIs por Covid-19 desde o início da pandemia, pelo terceiro dia consecutivo. De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), são 890 pacientes adultos e pediátricos internados em UTIs no estado.

Ainda de acordo com a Sesab, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.851 novos casos de Covid-19. O número de casos confirmados, desde o início da pandemia, é de 653.335.

Para o secretário, "a população não tem colaborado, principalmente os mais jovens".

"Ao longo da minha vida de médico, fui treinado a colocar-me na posição dos meus pacientes, entender a sua condição a partir da sua perspectiva e, muitas vezes, vivenciar seu sofrimento. A compaixão é o mais nobre sentimento que um médico pode desenvolver. Como gestor público, a compaixão me ajuda a tomar decisões todos os dias. Assim é que ao ser contaminado e viver na pele essa doença terrível, sinto-me mais perto de cada uma das pessoas que sofreram e estão sofrendo a dor da perda da saúde e o medo da morte", concluiu.