"O Carnaval de Salvador pulsa e ainda tenho muito o que colaborar", diz Ricardo Chaves

Convidado do podcast do Portal M!, Ricardo Chaves contou ao jornalista Flávio Gomes sobre o vazio de não poder comemorar seus 40 anos de festa

Por Flávio Gomes
10/02/2021 às 09h17
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Foto: Divulgação
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Eleito como melhor puxador de trio do Carnaval de Salvador durante anos e com 19 álbuns lançados, o cantor e compositor Ricardo Chaves, completa 40 anos de folia.

Nesta semana, baianos e turistas estariam se preparando para brincar os oito dias da folia de Momo. Neste ano, em decorrência da pandemia da Covid-19, um dos ícones do Axé Music não vê motivos para comemorar.

"É um vazio muito grande porque seria meu 40º Carnaval. Quantas gerações já não tiveram, em algum momento, ouvido alguma coisa que eu gravei ou me visto passar, gostando ou não gostando. Sempre gostei de ser trilha sonora de momentos alegres na vida de pessoas", lamentou.

Compositor de sucessos como "Taba", "Frenesi" e "O bicho", Ricardo iniciou a carreira no começo dos anos 1980 e comandou ao longo de sua carreira os blocos Pinel, Frenesi, Eva, Crocodilo, Coruja e O Bicho disse ao Portal M! que o Axé Music não pode ser considerado uma 'modinha'.

"O movimento nasceu e se desenvolveu em cima do trio elétrico. Não posso considerar que uma coisa que surgiu com Moraes Moreira, Dodô Osmar e Novos Baianos, que foram a nossa matriz, não pode ser uma modinha", afirmou.

Nos últimos anos, houve uma expansão do Carnaval de rua de São Paulo e Rio de Janeiro. Em contrapartida, em Salvador, os patrocinadores estão em debandada há algum tempo, uma das causas apontadas para o fim dos blocos de trio.

Para Ricardo Chaves, "a iniciativa privada passou a ter uma demanda maior de pedidos e os blocos passaram a ser uma coisa ruim porque segregava. Há um tempo tinha venda de espaço e qualquer pessoa que tivesse dinheiro, comprava o espaço e colocava o artista pra tocar".

Ricardo Chaves ainda disse que é muito feliz pela sua carreira. "O Carnaval de Salvador pulsa e ainda tenho muito o que colaborar".

Escute a entrevista na íntegra abaixo: