Varejo brasileiro deve ter alta de 3,9% este ano

Presidente da CNC adverte que retomada deve ser mais lenta no começo do ano, em consequência da inflação e do desemprego

Por Redação
15/01/2021 às 23h30
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Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de 4,2% para 3,9% a previsão de crescimento do volume das vendas no varejo restrito para 2021.

No varejo ampliado - que inclui os ramos automotivo e de materiais de construção -, a projeção é queda de 5,2%.

As estimativas têm como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de novembro, divulgada nesta sexta-feira (15/01) pelo IBGE. A estimativa anterior apontava uma alta no varejo restrito de 4,2% este ano.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o fim do auxílio emergencial no início de 2021, o quadro ainda grave do mercado de trabalho e o aumento da inflação indicam que a reação do setor tende a se tornar mais lenta no início deste ano.

"A condição fundamental para a retomada do ritmo de vendas de forma mais vigorosa nos próximos meses passa, inevitavelmente, pela eficiência do processo de imunização da população", afirma Tadros.

Fabio Bentes, economista da CNC, destaca que o ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tem registado retrações nas vendas desde o início do segundo semestre de 2020.A única exceção foi outubro (+0,8%).

"Esse processo coincide com a aceleração dos preços dos alimentos na segunda metade do ano passado. De acordo com o IPCA, a inflação de produtos alimentícios para consumo doméstico foi de 3,3% em novembro, a maior para este mês desde 2002", explica Bentes.