CEO da Le Biscuit afirma que "tanto o pagamento digital quanto o e-commerce vieram para ficar"

A Le Biscuit, uma das maiores redes varejistas do país, é uma empresa baiana com forte presença no Nordeste e mais de 15 milhões de clientes

Por Flávio Gomes
30/11/2020 às 14h00
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Foto: Divulgação
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A Le biscuit superou a crise da pandemia da Covid-19 investindo no e-commerce, comércio eletrônico que possibilita o cliente comprar seus produtos com segurança e comodidade. O CEO da empresa baiana, David Lee, disse ao colunista do jornal A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, que o e-commerce "foi preparado ao longo dos últimos anos", mas que houve antecipação no lançamento devido a crise sanitária.

"A gente acelerou, antecipou o lançamento, chegou a representar 10% da nossa venda no meio da pandemia, nos meses que as lojas estavam fechadas. E aí na volta está se fortalecendo. Hoje está ficando na faixa dos 5%, já com todas as lojas reabertas e com todas as lojas vendendo muito bem", afirmou.

Lee ressaltou também que o segmento de mundo casa, utilidades e variedades, estão ultrapassando a venda do ano passado, nestes últimos meses, com o e-commerce fazendo um papel importante nas vendas.

"Acho que nesse sentido foi super rico esse período da crise. A gente viu que novas avenidas podem ser poderosas e isso é bom para seus leitores também lembrarem que a crise é a hora de inventar e reinventar. E tem momentos e oportunidades ao alcance que você talvez não enxergue em tempos normais. Então, a crise é boa porque força você a tomar decisões, antecipar ações" pontuou.

Questionado como o retorno do convívio social pode afetar o progresso de vendas da empresa, David Lee se mostrou preocupado, mas ressaltou que o e-comemerce é uma das forças de venda que favorece "as pessoas que ainda não querem sair de casa ou estão com medo", tendo como ponto forte da empresa, a logística da entrega de produtos.

"Essa é outra preocupação que está no horizonte também. A gente tem os canais novos, como eu falei, o e-commerce, que a gente está disponibilizando para as pessoas que ainda não querem sair de casa ou estão com medo, mas sem dúvida alguma outro desafio é a própria indústria. A gente tem visto que a indústria está com muito tempo de delay para entrega de produtos. Isso também força a gente a buscar novas soluções. Temos um mix de produtos próprios em torno de 30%, então a gente não depende da indústria nacional para atender nessa fatia do mercado. Os outros 70% sim, a gente depende deles. E muitos estão com atraso, estão sem produção para entregar, isso força a gente a buscar novas soluções, novos fornecedores. E a nossa marca própria ganhou muita relevância também. Em alguns meses saiu de 30 para 40% da nossa venda, porque são produtos que a gente importa e já temos esse estoque guardado no nosso Centro de Distribuição em Camaçari", pontuou.

E é justamente esse processo de logística e distribuição ao público o maior desafio da Le Biscuit, que detectou neste período complicado para fazer melhorias necessárias na cadeia de distribuição, entregando os produtos com mais agilidade às lojas.

"Distribuição você tem desafios de vários tipos. Caminhões, por exemplo, tem a escassez de caminhões disponíveis no mercado para atender várias rotas. A própria fornecedora, a entrega tem demorado mais tempo. Mas a gente também tem sido inovador nesse sentido na logística. A gente está buscando novos formatos de atender nossas praças, porque temos lojas no Belém do Pará, temos lojas em Bauru em São Paulo, localizadas a 2.000 km de distância. E também a gente aproveitou para fazer umas melhorias necessárias na nossa cadeia de distribuição, que está sendo muito bom para gente hoje. Estamos entregando mais rápido para as lojas. Eu acho que a pandemia foi boa para a gente nesse sentido de nos tirar da zona de conforto e tomar decisões mais rápidas. Então esse é o ponto da pandemia, tem que tomar decisão, tem que errar" ressaltou.

"Espero que uma segunda onda de restrições, se tiver, não impactasse tanto o comércio, porque eu acho que não é por aí que cresce a contaminação. As pessoas têm sido muito responsáveis, os shoppings são muito responsáveis com as medidas de segurança", completou.