Livrarias lançam campanha para atrair leitores para lojas físicas

Afetadas pela pandemia, livrarias ainda esperam retorno de clientes

Por Redação
28/11/2020 às 21h30
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Foto: Divulgação
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Com números em queda desde a popularização do e-commerce, as livrarias exclusivamente físicas passaram em 2020 pela crise em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

Com o fechamento temporário do comércio para clientes presenciais e rigorosas medidas de restrição de circulação de pessoas em centros comerciais, os estabelecimentos culturais sofreram perdas significativas.

Para tentar contornar a situação, uma iniciativa inspirada em movimentos internacionais foi adotada por um grupo de mais de 120 livrarias do país.

Com o mote #TudoComeçaNaLivraria, a campanha visa resgatar o hábito e as vantagens de se folhear um livro em meio a um acervo imenso de obras, como nos tempos pré-internet.

A campanha conta com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da Associação Nacional de Livrarias (ANL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

"Infelizmente, o Brasil tem muitas cidades sem livrarias", disse, em entrevista à agência Brasil, o diretor executivo da Editora WMF Martins Fontes, Alexandre Martins Fontes, um dos coordenadores da campanha.

Fontes afirmou que as livrarias se dividem em duas categorias. Há aquelas que fizeram opção de manter apenas a presença física e não ter atuação online, enquanto a outra categoria reúne livrarias físicas que também atuam pela internet.

As livrarias pertencentes à primeira categoria, que operam apenas com lojas físicas, foram obrigadas a fechar as portas. E mesmo depois que reabriram, ainda estão preocupadas com o futuro. "Não há no mundo livraria física que tenha um movimento equivalente àquele que tinha antes da pandemia.

É inquestionável que a pandemia afetou, acima de tudo, as livrarias que optaram por esse modelo. E essas livrarias, na minha visão, são absolutamente fundamentais para a saúde da sociedade e das cidades brasileiras", comentou Martins Fontes.

A pandemia provocou uma queda média de 40% nas vendas desses estabelecimentos, em relação ao ano passado. Para muitas livrarias físicas, porém, que ficaram fechadas, as perdas atingiram 90% a 100%, disse o livreiro e editor.

Muitas ainda não conseguiram retornar ao desempenho que apresentavam antes da pandemia. Fontes estimou que, atualmente, a queda nas vendas deve variar entre 20% e 25%.

Já as livrarias incluídas na segunda categoria, que além de lojas físicas também vendem online, sofreram um pouco menos.

A queda nas vendas presenciais foi compensada pelo crescimento dos negócios feitos via internet. As vendas pelas lojas virtuais surpreenderam e as pessoas passaram a consumir mais livros, no mundo todo.

Alexandre Martins Fontes também anunciou que, no período de 11 a 13 de dezembro, as principais livrarias brasileiras farão uma grande exposição de livros novos publicados a partir de outubro no país, dando descontos especiais e fazendo promoções para os clientes.

"Essa é a ideia, que a gente crie campanhas ao longo dos próximos anos, para fazer com que as pessoas se sintam convidadas para visitar as livrarias", declarou.