Black Friday começa nesta sexta-feira com boas expectativas para o comércio

A expectativa é de as lojas físicas continuem com as promoções ao longo do mês de dezembro por causa do Natal

Por Flávio Gomes
26/11/2020 às 12h39
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Foto: Romildo de Jesus
Foto: Romildo de Jesus

A tradicional Black Friday, evento de promoções que cresce a cada ano no Brasil, está marcada para esta sexta-feira (27) de novembro, e terá uma cara nova em 2020, por conta da pandemia da Covid-19. A tendência é de que as vendas online aumentem em relação aos últimos anos.

Segundo levantamentos realizados pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e a consultoria Ebit/Nielsen, o faturamento das vendas na Black Friday neste ano deve superar o resultado de 2019, quando foi batido o recorde de vendas online. ABComm estima crescimento de vendas online de 77%, com o total vendido atingindo cerca de R$ 6,9 bilhões.

A expectativa geral para a Black Friday 2020 é de que as promoções sejam diluídas ao longo do mês nas lojas físicas, driblando a concorrência on-line e visando o período do Natal. Para estimular o movimento do comércio e ajudar a recuperar o faturamento, a prefeitura de Salvador ampliou, por meio de decreto, a abertura das lojas dos shoppings das 7h às 23h, nesta sexta-feira (27), data da Black Friday. (Veja Aqui).

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindloja), Paulo Mota, o decreto é importante para que haja uma maior frequência dos consumidores nas áreas comerciais, salientando para que as lojas de ruas tenham a mesma equidade em relação aos shoppings.

"Com este decreto, a tendência é que haja uma maior flexibilidade do consumidor frequentar as áreas comerciais. Mas, o importante é que as lojas de ruas também se beneficiem com este decreto. Existe também uma concorrência também com o e-commerce, mas a expectativa é sempre de confiança para que possamos ter um movimento, em termos do comercio fixo, um crescimento médio de 1% a 2%", disse ao Portal M!.

Paulo também ressaltou que a Black Friday deverá ser um importante termômetro de vendas para o fim do ano e servirá para o consumidor "antecipar as compras do Natal, por causa das ofertas e das oportunidades que a data oferece", além da dúvida se as lojas terão também o funcionamento normalmente em dezembro e se a pandemia poderá restringir ainda mais o funcionamento das lojas.

Já o presidente regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, disse que a Black Friday aumenta, a cada ano que passa, seu mix de produtos.

"Hoje até banco participa do evento. Há também a antecipação das festas por causa do Natal e neste período o ticket médio alcança R$300,00, o que no Natal não alcança", disse ao M!.  Piaggio também pontuou as dificuldades de visitação às lojas, em decorrência da pandemia da Covid-19.

"Neste ano houve uma mudança exatamente para seguir o protocolo elaborado pela Abrasce, juntamente com o Hospital Sírio Libanês, levando em consideração a situação da saúde pública. Hoje o Papai Noel não abraça as crianças, não há interação. Mas há uma expectativa de chegar a um faturamento bem próximo ao período de 2019", pontuou.

"O diferencial é que a demanda do consumidor vive a experiência que o on-line não oferece. De 90% a 95% das decisões na compra vem da emoção, até nos produtos de conveniência existe a emoção de pegar na embalagem e conhecer o produto", completou.

Fecomércio

De acordo com projeções da Fecomércio-BA, as vendas no varejo no mês de novembro, período quando ocorre a Black Friday, devem crescer 0,7% no contraponto anual. Setor mais relacionado a Black Friday, o de eletrodomésticos & eletrônicos, tende a ter elevação no faturamento em 16,5%, atingindo os 2,3 bilhões de reais. Outro destaque deve ser o setor de móveis & decoração com crescimento anual de 20,5%.

E no sentido oposto estão as atividades que já vêm sofrendo desde o início da pandemia. Em novembro, a expectativa é de queda de 26,4% nas vendas de roupas e calçados, -24,5% para as vendas de veículos e -22,3% para o grupo outras atividades, mas que em grande parte está relacionado ao comércio de combustíveis para veículos.

Algumas variáveis podem prejudicar o ritmo de consumo, como a redução do auxílio emergencial, a menor injeção do 13º salário e a alta dos preços dos alimentos acima da variação geral.

Reclamações

Com a proximidade da Black Friday, o portal Reclame Aqui,  que acompanha o festival de ofertas desde a sua terceira edição, realizada em 2013, divulgou um levantamento com as empresas que receberam maior número de reclamações em 2019.

O site, que tem foco no atendimento ao consumidor, registrou um total de mais de 8,8 mil reclamações durante a Black Friday do ano passado.

Segundo o levantamento do site, as empresas com maior número de reclamações ao longo das edições do evento estão grandes varejistas do e-commerce, como o Extra.com.br, Americanas.com, KaBuM! e Magazine Luiza.

Confira o Top 10 das empresas com maior número de queixas em 2019:

Burger King: 545

McDonalds: 491

Méliuz: 321

Americanas.com (loja online): 313

MercadoPago.com: 249

KaBuM!: 201

Carrefour (loja online): 196

Magazine Luiza (loja online): 192

Casas Bahia (loja online): 190

Ame Digital: 169