Anvisa libera importação de matéria-prima da vacina chinesa CoronaVac

Imunizante ainda está na terceira fase de testes, e os resultados dos estudos ainda não foram divulgados

Por Redação
28/10/2020 às 22h00
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Foto: Reprodução/Portal UOL
Foto: Reprodução/Portal UOL

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quarta-feira (28), a importação de matéria-prima para produção de 40 milhões de doses da CoronaVac, vacina chinesa que deverá ser produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

Na semana passada, a Anvisa já tinha liberado a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, que já virão envasadas e prontas para o uso.

A CoronaVac está atualmente na terceira fase de testes. A Sinovac, farmacêutica chinesa responsável pela vacina, ainda não obteve o registro para aplicação do imunizante no Brasil, que não pode ser utilizado na população.

Até agora, apenas dados parciais referentes à segurançada vacina foram apresentados pelo governo de São Paulo, mas as informações ainda não foram publicados em revistas científicas.

 

Disputa política

A CoronaVac é alvo de disputa política envolvendo o Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a negociação para adquirir 46 milhões de doses, mas foi desautorizado pelo presidente.

Contrariado, Bolsonaro mandou cancelar a compra - e o ministério, por sua vez, divulgou novo posicionamento, afirmando que não havia intenção de compra.

A liberação para importação da matéria-prima encerra outro capítulo da polêmica envolvendo os dois governantes. As autoridades paulistas afirmaram que o cronograma de produção da vacina sofreria atrasos diante da demora da Anvisa na liberação da importação de matéria-prima da China.

O Butantan solicitou, em 18 de setembro passado, a autorização excepcional para importação da matéria-prima. A Anvisa negou demora e disse que seguiu o trâmite normal de avaliação do pedido.