Jaques Wagner aciona PGR para investigar espionagem da Abin em evento do clima  

Para o senador baiano, atuação da Agência pode ser enquadrada como improbidade administrativa e configurar crime de responsabilidade

Por Redação
28/10/2020 às 18h57
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Foto: Agência Senado
Foto: Agência Senado

Por meio de representanção, o senador Jaques Wagner (PT-BA) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja investigada a determinação do governo de enviar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar a participação de brasileiros na 25ª Conferência do Clima (COP) da Organização das Nações Unidas. O parlamentar defende a realização do procedimento para analisar a legalidade e as conclusões da operação, que pode configurar improbidade administrativa e crime de responsabilidade.  

"Essa inédita e surpreendente operação foi confirmada pelo próprio ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que defendeu tal ação de espionagem afirmando ser deplorável a visão míope de alguns sobre Inteligência de Estado", destacou Wagner. "Porém, é importante relembrar a posição do STF, que reforça que atos nesse sentido, sem motivação concreta, são inerentes à democracia e incompatíveis com o princípio fundamental do pluralismo político", ressaltou. 

No documento, o senador destacou, ainda, que segundo a legislação, o ato não encontra respaldo nas atribuições da Abin, indicando desvio de finalidade. "Não responderam até agora qual foi o fato ameaçador à soberania nacional e nem de onde ou de quem partiu ameaças. Ou seja, só reforça que há indícios de prática de improbidade administrativa e crime de responsabilidade. Considerada a gravidade dos fatos, solicito que a PGR analise e adote as medidas judiciais para a aplicação das sanções cabíveis", concluiu.