Campanha de vacinação contra poliomielite termina na próxima sexta-feira

Meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% das 11,2 milhões de crianças até 5 anos de idade

Por Redação
27/10/2020 às 22h30
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite termina na próxima sexta-feira (30) em todo o país. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% das 11,2 milhões de crianças até 5 anos de idade

Os órgãos de saúde alertam que a população deve procurar o serviço mesmo com a pandemia de Covid-19, pois a vacina é de extrema importância para manter as crianças imunes à doença. 

No público-alvo da campanha contra a poliomielite estão crianças menores de 5 anos de idade, com estratégias diferenciadas para crianças com até 1 ano incompleto e para aquelas na faixa etária de 1 a 4 anos.

A depender do esquema vacinal registrado na caderneta, a criança poderá receber a Vacina Oral Poliomielite (VOP), como dose de reforço ou dose extra, ou a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), como dose de rotina.

 

Doença perigosa

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, levar a paralisias musculares, em geral nos membros inferiores, ou até mesmo à morte. A vacinação é a única forma de prevenção.

A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária são fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes.

Não existe tratamento específico para a poliomielite. Todas as pessoas contaminadas devem ser hospitalizadas e receber tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico. Entre os sintomas mais frequentes estão febre, dor de cabeça e no corpo, vômitos, espasmos e rigidez na nuca.

Na forma paralítica, ocorre a súbita deficiência motora, acompanhada de febre, flacidez e assimetria muscular e persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.

As sequelas são tratadas por meio de fisioterapia e de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.

 

Esquema vacinal e erradicação

Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável (VIP, aos 2, 4 e 6 meses) e mais as doses de reforço com a vacina oral bivalente (VOP, gotinha).

A medida está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio. Esse esquema vacinal propicia imunidade individual e aumenta a defesa de grupo na população em geral.

No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do vírus.

No cenário internacional, atualmente, existem dois países endêmicos para a doença: o Paquistão e Afeganistão.