ARTIGO: A cantora Clemilda nasceu no dia 01 de Setembro de 1936

Por Conrado Matos
10/09/2020 às 08h00
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Foto: Divulgação
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A cantora sergipana Clemilda nasceu no dia 01 de Setembro de 1936 e faleceu em 26 de novembro de 2014. Um dos seus maiores sucessos foi "Prenda o Tadeu", em 1985, cujo repertório musical repercutiu no Brasil inteiro, nas rádios e Tvs de todo território nacional. Inclusive, chegando a cantar no programa do Bolinha da TV Bandeirantes e no Cassino do Chacrinha, da Rede Globo. No percurso da sua carreira ganhou dois discos de ouro, o primeiro no ano de 1985 e o segundo no ano de 1987, com seu álbum "Forró cheiroso", que ficou conhecido como "Talco no Sabão". Começou a carreira no ano de 1964 e sempre acompanhada do seu marido, o músico sanfoneiro Gerson filho. Viveu por mais de duas décadas em Sergipe. Ficou conhecida como "Rainha do Forró" e apresentava um programa na TV Aperipê de Aracaju, de nome "Forró no Asfalto".    
Quando menino morando em Sergipe, eu não tive oportunidade de conhecer Clemilda. Os circos que se apresentaram em Nossa Senhora de Lourdes (SE) não a convidaram durante a minha infância na cidade. Porém, eu não deixava de ouvir o seu programa "Forró no Asfalto" com seu esposo Gerson Filho, no Rádio ABC de seis faixas do meu avô paterno. 
O meu avô tinha este rádio ABC com uma antena no telhado e, pelas manhãs, eu ouvia tudo de forró, como: Ary Lobo, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Josa "O Vaqueiro do Sertão", Zé Gonzaga, Genival Lacerda, Trio Nordestino e a paraibana Marinês. Meu avô só gostava do forró autêntico, original, na sanfona, no zabumba, triângulo, pandeiro e letra poética.
Eu me sinto honrado por ter bebido dessas fontes musicais durante minha infância. Aprendi a ouvir um bom forró. Parte da minha inspiração poética, sobre poesia do sertão, eu devo a estes excelentes artistas de cultura nordestina. Personalidades importantes da MPB, Dominguinhos, Caetano Veloso e Gilberto Gil, aprenderam muito com Luiz Gonzaga. Agradeço aos poetas do forró, meus mestres do sertão, Luiz Gonzaga, Josa "O Vaqueiro do Sertão", Marinês e tantos outros. Escola boa para minhas inspirações de crônicas interioranas, poesias sertanejas, coisas de pastos, vaqueiros, roças e cangaço. Deixo aqui um poema da minha autoria para homenagear a cultura nordestina.   


 EU SOU DO SERTÃO: "Eu sou do sertão / sou da rima e de oração / Sou desta terra quente / Eu sou filho deste chão / Eu nasci na caatinga / plantei macaxeira e feijão / Não estou arrependido / de ter nascido no sertão / Andei de carro-de-boi / montei em Jegue / carreguei água no pote / Eu venho do sertão / sou cabra do norte / Vi avoar o Gavião / um Carcará do meu sertão / Lá pelo Povoado de Poção / andaram Lampião e Azulão / E se quer saber mais do meu sertão / lá tem gente de fama / Conheci Josa "O Vaqueiro do Sertão" e Maria Feliciana / Eu só me preocupo com meu povo sofrido / Povo valente e querido / Eu sou do sertão / jamais arrependido / Viva meu sertão querido!"

*Conrado Matos - É psicanalista, poeta, filósofo e escritor

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