Em live sobre trabalho doméstico na pandemia, Major Denice e Maria do Rosário criticam cultura machista

No último domingo (2), a pré-candidata à Prefeitura de Salvador, Major Denice (PT), e a deputada federal, Maria do Rosário (PT-RS), participaram de uma live sobre divisão sexual do trabalho doméstico em tempos de pandemia. Na ocasião, as duas criticaram a cultura machista e o aumento das tarefas delegadas às mulheres após a covid-19.

De acordo com uma pesquisa feita pela internet, 85% das mulheres se dizem mais atarefadas após a Covid-19.
Além disso, o levantamento revelou que para 51% das mulheres não há divisão do trabalho doméstico entre os integrantes do domicílio ou a divisão é insuficiente. 

Quando ocorre, o maior percentual (13%) afirmou que divide as tarefas com a filha. Em seguida, 12,9% dividem as tarefas com mãe ou madrasta. Por último (5,4%), a divisão é feita com trabalhadora doméstica.

"Se naturalmente somos isoladas pela cultura, pelo machismo, se naturalmente essa violência que sofremos é autorizada pela omissão da sociedade, agora está muito pior. O poder público não tem que nos dar ajuda, tem que garantir a nós igualdade de direitos e justiça. Essa pesquisa vai fundamentar o meu plano de governo e tantas outras políticas", afirmou a Major Denice.

"Essa pesquisa é um marco contra a opressão e mostra o quanto somos ainda um país atrasado em termos culturais. Nos faz refletir sobre o quanto o trabalho doméstico é pesado, rotineiro, mal pago e invisível", acrescentou Maria do Rosário.

Durante a transmissão, a parlamentar se mostrou especialmente preocupada com os efeitos do trabalho doméstico na saúde mental das mulheres no período da Covid-19 - segundo a pesquisa, 64% delas se sentem exaustas - e nas relações das pessoas dentro da casa - 34% atribuem os conflitos domésticos à divisão das tarefas.