Colegas de MPF reagem a ataque de Aras a suprocuradora chamando PGR de 'misógino'

Baiano também foi chamado de machista em grupos do MPF em redes sociais

Por Yuri Abreu
01/08/2020 às 15h10
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Foto: Leonardo Prado
Foto: Leonardo Prado

Após os ataques feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, a colegas em sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF), na noite da última sexta-feira (31), o clima nos grupos de discussão da instituição passou a ser de revolta e críticas ao baiano.

Conforme o jornal o Globo, as manifestações têm partido principalmente de procuradoras, que saíram em defesa da subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen, alvo de um dos ataques de Aras. 

As procuradoras acusam o PGR de ter sido machista nos ataques a ela, que não tem filhos. A repercussão interna do episódio elevou o desgaste de Aras, que já era grande dentro da instituição.

"Enquanto eu estava aqui, havia perguntas de um determinado blog contaminado com muitos vícios, talvez com medo até de investigações por vir, questionando sobre a minha família. Quero dizer, doutor Nicolao, que o senhor não vai gostar de nenhuma fake news sobre a sua família. E muito menos a doutora Luiza, que talvez não tenha família, mas talvez tenha. Doutor Adônis muito menos. Mas enquanto eu estava aqui eu estava recebendo um ataque à minha família e provavelmente saiu daqui" afirmou Aras, em tom de irritação, durante a sessão de ontem.

Ainda segundo à publicação carioca, desde a noite de sexta-feira, procuradoras e procuradores fizeram críticas a Aras nos grupos internos por causa de seus ataques e realizaram manifestações de solidariedade à subprocuradora Luiza Frischeisen, que já foi coordenadora da Câmara Criminal do MPF e foi segunda colocada na votação interna da lista tríplice para o cargo de PGR - Aras foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar o órgão sem ter concorrido à lista.

Entre os comentários, Aras foi chamado de machista e misógino. Uma das procuradoras classificou a declaração do PGR como um "sórdido ataque". Já o subprocurador-geral da República, Mario Bonsaglia, o mais votado na lista tríplice ao cargo de PGR e é opositor de Aras, afirmou que a instituição "vive a maior crise de sua história".