Revista diz que prefeito de Itabuna é mistura de Odorico Paraguaçu com Sinhozinho Malta

Personagens das novelas "O Bem Amado" e "Roque Santeiro" ficaram famosos por vilanias e corrupções

Por Redação
10/07/2020 às 20h13
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Foto: Reprodução/ Ricky Mascarenhas
Foto: Reprodução/ Ricky Mascarenhas

Dois clássicos da teledramaturgia brasileira foram relembrados por uma publicação da revista Época, nesta sexta-feira (10), para caracterizar Fernando Gomes (PTC). O prefeito de Itabuna ganhou visibilidade nacional após determinar a reabertura do comércio no município do sul da Bahia "morra quem morrer".

A revista afirmou que Gomes é "uma mistura anacrônica" entre Odorico Paraguaçu e Sinhozinho Malta, protagonistas das novelas "O Bem Amado" e "Roque Santeiro", escritas por Dias Gomes. A descrição foi igualmente caricata: "Um coronel sem papas na língua, de fala enrolada e jeito bruto. Sempre trajando pulseira, colar e relógio de ouro".

As vilanias de Fernando Gomes retratadas na publicação vão além das desculpas tímidas pela frase mal colocada, visto que Itabuna é o quinto município com maior número de casos de coronavírus no estado e já registrou mais de 90 mortes. Vão da contratação de ônibus para buscar eleitores na zona rural até distribuição de botijões de gás no ano eleitoral de 2016. Tudo com base em relato de moradores. E as denúncias não param por aí.

De acordo com a matéria da revista Época, a urgência de reabrir o comércio estaria ligada à necessidade de atender anseios empresariais. O prefeito teria sucumbido às pressões. Antes disso, sua postura teria incentivado comerciantes a manter os estabelecimentos em funcionamento de forma clandestina, desrespeitando o decreto de isolamento assinado por ele mesmo.

Para completar, a publicação ainda apresenta a esposa de Gomes, Sandra Costa, como secretária de Assistência Social de Itabuna, além de atribuir ao gestor um patrimônio de R$ 14 milhões acumulados durante a profissão de "político", embora tenha ressaltado as atividades dele como agropecuarista e empresário, constantes em sua biografia da Câmara dos Deputados.

A revista Época ainda trouxe à luz informações perdidas no tempo, como o apelido de "Marajá dos marajás", recebido em 1991 após ter exibido à revista Veja sua casa com piscina e cascata de 4 metros. Também é de Gomes uma proposta pitoresca para a divisão da Bahia e criação do estado de Santa Cruz, sem esquecer a reprovação das contas pelo Tribual de Contas dos Municípios (TCM) em 2016.

O misterioso assassinato do jornalista Manoel Leal de Oliveira na porta da casa de Gomes, que nunca foi investigado por isso, também foi abordado no texto. O autor do crime, um policial, foi condenado a 18 anos em 2003. Manoel denunciava, em seu jornal, práticas corruptas de Gomes em conjunto com o chefe da polícia local, Gilson Prata, que nunca foram comprovadas.

A matéria da revista Época afirma que o prefeito Fernando Gomes não respondeu ao contato da publicação para falar sobre as questões abordadas.