Zema alfineta Lula após fala sobre preços nos mercados e reacende embate com governo federal
Declaração do governador mineiro se soma às críticas da oposição, que reagiu fortemente à fala do presidente

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após declaração do petista sobre a alta dos preços dos alimentos. Em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, Lula sugeriu que os consumidores podem ajudar a reduzir os valores evitando comprar produtos caros. Sem mencionar diretamente o presidente, Zema ironizou a declaração, chamando-a de “lorota econômica” em uma postagem no Instagram, no último sábado (8).
“Café reaproveitado e desculpas esfarrapadas são difíceis de engolir. Quando o bolso do brasileiro aperta, surgem as ideias mais absurdas. E você, qual foi a maior lorota econômica que ouviu por aí?”, escreveu Zema.
A declaração do governador mineiro se soma às críticas da oposição, que reagiu fortemente à fala de Lula. Políticos aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também alguns parlamentares da base governista criticaram a sugestão do petista, ampliando o desgaste do governo federal na área econômica.
Oposição intensifica ataques
A entrevista de Lula, concedida na última quinta-feira (6), ocorreu em um momento de pressão sobre o governo devido à alta da inflação dos alimentos. Na ocasião, além de responsabilizar fatores externos e a política do Banco Central pelo aumento dos preços, o presidente sugeriu que o próprio consumidor tem um papel na regulação do mercado.
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai ao supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha caro, quem está vendendo vai ter que baixar o preço para vender, porque, senão, vai estragar”, afirmou o presidente.
A declaração gerou reações imediatas. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou a fala em um vídeo publicado nas redes sociais. “Se a água está cara, é só não tomar banho. Se você está com fome, é só não comer. Se a conta de luz está cara, é só não ligar. Se a gasolina está cara, é só não andar de carro. Se a passagem está cara, é só ficar em casa. Se o presidente está ruim, é só tirar”, disse o parlamentar, retomando a ideia do impeachment do presidente.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), também criticou Lula. “A culpa do aumento dos preços nos supermercados não é de quem compra, mas de um governo que destrói a economia com impostos e inflação!”, escreveu em suas redes sociais.
Embates anteriores entre Lula e Zema
Não é a primeira vez que Romeu Zema se posiciona contra o governo federal. Em janeiro, o governador mineiro criticou vetos de Lula ao projeto que regulamenta um programa de pagamento de dívidas estaduais. Minas Gerais, que tem um passivo de R$ 157,7 bilhões, poderia se beneficiar da proposta, mas Zema alertou que, se os vetos forem mantidos pelo Congresso, o Estado não participará do programa.
Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acusou Zema de incoerência, lembrando que o governador teve um aumento de 298% no próprio salário, enquanto Minas segue em regime de recuperação fiscal. Lula, por sua vez, chamou Zema de “ingrato” ao lado de outros quatro governadores que comandam Estados com grandes dívidas junto à União.
Clima de tensão na economia
A polêmica sobre os preços dos alimentos ocorre em um momento de instabilidade econômica no Brasil. O governo tem enfrentado críticas por causa do aumento da inflação, especialmente nos itens da cesta básica. O Banco Central estima que a inflação fique acima da meta em 2024, o que pode impactar diretamente o poder de compra da população.
Além disso, a gestão petista também enfrenta questionamentos sobre contratos de ONGs para o fornecimento de marmitas em São Paulo, que, segundo denúncias, não foram entregues à população de rua. O caso adiciona mais pressão sobre o governo.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) também atacou a estratégia econômica do Planalto. “Se o arroz está caro, é só não comer. Se o gás está caro, é só não cozinhar. Nada de cortar gastos nos ministérios ou colocar gente competente nas estatais. Para o governo, basta que os brasileiros parem de comer, beber e se deslocar que os preços caem”, ironizou.
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